STJD irá analisar suposto racismo na Série B, mas descarta punir Avaí

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O procurador geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schmitt, afirmou neste domingo (28) que já solicitou as imagens da suposta ofensa racista do zagueiro Antônio Carlos, do Avaí, dirigida contra o atacante Francis, do Boa Esporte, durante partida pela Série B do Campeonato Brasileiro, neste sábado (27).

O jogador do time mineiro acusou o adversário de tê-lo chamado de "macaco" durante a vitória por 2 a 0 da equipe catarinense. Imagens da SporTV mostram o suposto momento da agressão verbal.Segundo Schmitt, mesmo que Antônio Carlos seja declarado culpado de injúria racial pelo STJD, o Avaí não corre risco de ser punido.

O artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva diz que se o ato é praticado por "atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica" a pena é uma suspensão de cinco a dez partidas, além de multa de R$ 100 a R$ 100 mil.

O clube só é passível de punição quando a ofensa racial é "praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva".

O Grêmio, por exemplo, perdeu três pontos e foi eliminado da Copa do Brasil por gritos racistas de um grupo dos seus torcedores dirigidos ao goleiro Aranha, do Santos, em agosto.

No suposto caso de racismo na Série B, Francis registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia da Capital, no centro de Florianópolis. A suposta ofensa teria acontecido após uma disputa de bola entre os jogadores e, de acordo com o boletim, Francis teria reclamado do ocorrido com o árbitro, que teria pedido a continuidade do jogo.

Por meio de nota, o Boa disse repudiar o "infeliz ato de racismo" e esperar uma "posição exemplar" da justiça. O caso deve ser analisado pela delegada Maria Carolina Caldas nesta segunda (29), segundo Esteve dos Santos, plantonista da 1ª Delegacia de Polícia da Capital. A assessoria do Avaí não respondeu às ligações da reportagem.