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Brasília (AE) – Do futebol brasileiro à NBA, da Fórmula 1 ao tênis, do boxe ao atletismo, tudo é uma grande banca de jogos, com apostas milionárias feitas com banqueiros, revelou Nagib Fayad, que é conhecido como Gibão e é apontado pela polícia como chefe da máfia do apito.

Gibão depôs ontem na Comissão de Turismo e Esportes da Câmara dos Deputados, em Brasília, onde falou sobre a máfia do apito. "Errei, mas era jogador compulsivo, viciado. Atualmente não aposto nem R$ 1 num joguinho de caixeta", revelou o empresário.

Gibão foi convocado pelo deputado Sílvio Torres (PSDB-SP) para falar sobre seu envolvimento com os ex-árbitros Paulo José Danelon e Edílson Pereira de Carvalho, acusados de manipular resultados de jogos do Campeonato Paulista e do Campeonato Brasileiro. O empresário disse que teve ligação com os dois árbitros que telefonavam para ele antes de cada jogo que iriam apitar. Mas admitiu que se deu muito mal com Edílson, com o qual perdeu R$ 300 mil em dois jogos: Corinthians x Santos; Juventude x Figueirense. Mesmo assim, disse ter pago R$ 10 mil ao árbitro por partida.

Nagib Fayad optou pelo benefício da delação premiada no Ministério Público. Até agora, além dos ex-árbitros de futebol, ele entregou os banqueiros de jogos Leonardo, do Rio de Janeiro, e Armando, de Piracicaba, além de alguns apostadores. E ainda contou detalhes aos promotores de como são feitas as apostas.

Pelo que ele revelou, é algo muito maior do que o imaginado. Funciona com qualquer coisa. Não significa que os resultados sejam manipulados. Mas servem para saciar o vício dos jogadores. "Só nos fins de semana são 400 jogos de futebol no Brasil, na Europa, no Japão. Não importa qual é a divisão", disse.

Gibão contou um detalhe importante: as apostas não são feitas na internet. Eles servem apenas para orientar as cotações. "Nenhum jogador de verdade joga em site, pois eles aceitam até U$ 50. Os jogadores apostam R$ 100 mil, R$ 500 mil, R$ 1 milhão, com banqueiros de jogos, numa relação de confiança em que os acertos de dinheiro são quinzenais", revelou.

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