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O meio-de-rede Gustavo chegou a liderar um protesto na Itália contra as cotas de estrangeiros por equipe. | Mustafa Ozer /AFP
O meio-de-rede Gustavo chegou a liderar um protesto na Itália contra as cotas de estrangeiros por equipe.| Foto: Mustafa Ozer /AFP

Misteriosa, Itália prepara surpresa

O mistério é uma das marcas da Itália para a semifinal de hoje, contra o Brasil. Os italianos não aceitaram o convite para disputar a fase final da Liga Mundial, no Rio, para poder treinar com a nova bola, trocada a dois meses do início dos Jogos. Em Pequim, treinaram em quadras particulares e tiveram mais tempo de trabalho que o Brasil.

Outra surpresa pode estar guardada para hoje. Existe a possibilidade de Fei, o melhor jogador da Itália, voltar para a partida contra o Brasil. O jogador foi poupado durante quase toda a Olimpíada por causa de uma contusão e quase não atuou, mas Bernardinho acha que ele pode ter sido preservado somente para os duelos decisivos.

As duas últimas dinastias do voleibol mundial masculino entram em quadra hoje, mas só uma estará na final da Olimpíada de Pequim. Itália e Brasil, pela ordem histórica.

Nos anos 90, os italianos exerceram um domínio no esporte quase tão amplo como o brasileiro neste começo de milênio. Enquanto o Brasil ganhou dois títulos mundiais e um ouro olímpico – o primeiro foi exatamente em um vazio italiano, em 1992 –, os europeus chegaram três vezes ao topo do mundo em sua época, mas não conseguiram subir ao lugar mais alto do pódio nos Jogos.

Em Atenas, estiveram muito perto, mas perderam na decisão para o time de Bernardinho, que, então, não parou mais de vencer o que apareceu pela frente.

Apenas por esses dois fatores, a partida de hoje, às 9 horas (de Brasília), tem tudo para ser uma versão aumentada do que sempre foi: muito disputada, cheia de rivalidade e provocações.

"É a atual vice-campeã olímpica. Tem muita rivalidade em jogo. Vai ser uma partida tensa e nervosa", avisa o levantador Marcelinho.

"Eles estão com um problema de reposição de jogadores, mas tem de respeitar, pois têm história", afirma Gustavo, que toca no terceiro ponto que faz da partida uma espécie de barril de pólvora.

Partiu da Itália a idéia de li- mitar o número de estrangeiros nos clubes. A proposta foi levada a votação no Congresso Mundial da Federação Internacional de Vôleibol (FIVB) e aprovada, mas postergada. A partir de 2010/2011, cada equipe poderá ter apenas dois estrangeiros em quadra.

A demora na definição (o tema começou a ser discutido em janeiro) provocou diversas reações dos jogadores. André Heller e Murilo lideraram um movimento de protesto no Modena, clube italiano com oito estrangeiros: na abertura dos playoffs do Campeonato Italiano, em abril. O time fez aquecimento com camisas que traziam a inscrição "Nos deixe jogar" em inglês e italiano.

Além disso, alguns brasileiros negociaram o retorno ao Brasil com medo de perder o emprego na Europa. André Nascimento e André Heller fecharam com o Minas; Marcelinho acertou com o Joinville; Samuel foi contratado pela Ulbra e Serginho deve anunciar em breve o regresso para o país.

"Será uma partida muito difícil. É necessário estudar bem eles, pois o time tem muita tradição", diz o paranaense Serginho. Para ele, o domínio recente do Brasil, não significará nada em quadra. "Favorito pelas conquistas que temos nos últimos anos, mas isso nunca ga- nhou jogo dentro da quadra", disse. "A pressão é nossa. Não sei se eles esperavam estar nessa briga. Mas agora que chegaram vão jogar a vida nessa partida", completa o técnico Bernardinho.

Na TV

Brasil x Itália, às 9 horas, na RPC TV, Band, SporTV, ESPN Brasil e BandSports.

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