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Sem citar o nome do ex-clube, João Paulo diz que está pronto para ganhar a confiança do Coxa | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Sem citar o nome do ex-clube, João Paulo diz que está pronto para ganhar a confiança do Coxa| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Tuta dá dicas de "sobrevivência"

Em 2004, seis anos após deixar o Atlético, o atacante Tuta acertou com o rival Coritiba. Nem após um longo período longe do futebol paranaense, o centroavante deixou de enfrentar resquícios de resistência pela sua contratação. Cenário que o volante João Paulo, novo reforço coxa-branca, terá de enfrentar de imediato.

"Ele vai precisar mostrar muita personalidade porque vai ser muito cobrado. E a cobrança vai ser muito maior, é muito recente", fala Tuta, que hoje trabalha como empresário no mundo da bola.

A boa notícia é dada pelo ex-camisa 9. Com gols, vitórias e títulos, Tuta transformou o receio inicial em idolatria. Tanto que ele ficou muito mais marcado como jogador vestindo verde e branco do que vermelho e preto. "Toda vez que torcedores me encontram, pedem para fazer aquele gesto", fala, em referência ao "cala a boca" feito na comemoração de um gol na final do Paranaense-2004, na Arena.

No caso do volante Paulo Miranda, que defendeu o Atlético em 1997 e 1998 e se transferiu para o Alto da Glória em 2006, a resistência não foi pouca. Uma reunião com representantes da torcida precisou ser convocada para acalmar os ânimos. "Disse que era profissional", conta Miranda.

Na década de 1980, época em que Nivaldo Carneiro trocou o Furacão pelo Coxa, os tempos eram outros, mas nem por isso com rivalidade menor. Após oito anos defendendo o time da Baixada, o meia ganhou o passe e foi para o rival. Por pouco tempo.

Depois de sete meses o presidente Evangelino [da Costa Neves] me chamou e disse que havia problemas no Conselho, que achavam que era atleticano, e isso estava criando problemas para ele. Acabei saindo quatro meses antes de acabar o contrato", relembra.

O Atlético é página virada para o volante João Paulo, que será anunciado hoje, com dois anos de contrato, como o sétimo reforço do Coritiba para 2015.

Em cerca de 20 minutos de entrevista por telefone, ontem, o jogador de 29 anos não citou nenhuma vez o nome do ex-clube. Identificado com o Rubro-Negro, time pelo qual torcia na infância e onde passou as últimas três temporadas, o "Guerreiro" está disposto a mudar sua imagem rapidamente. O discurso já é totalmente verde e branco.

"Sou profissional e hoje sou coxa-branca. Se tiver de dar a vida pelo Coritiba, vou dar. Agradeço por tudo que vivi lá [Atlético], mas hoje defendo as cores do Coritiba", fala o meio-campista nascido em Francisco Beltrão.

Não é com as palavras, porém, que o volante que mistura raça e qualidade técnica espera conquistar a torcida que já foi adversária. Como a última travessia direta para o rival aconteceu há 17 anos, quando o meia Sandoval deixou o Alto da Glória com destino ao Furacão, a mudança ganha ainda mais impacto. Por isso, seu rendimento em curto prazo será crucial para construir, do zero, uma boa relação com as arquibancadas.

"Se mostrar bom futebol dentro de campo a torcida vai jogar junto comigo. Tenho de ajudar o time a vencer, ganhar títulos. Sei que a cobrança será maior, mas estou tranquilo quanto a isso", assegura João Paulo.

Dos companheiros e da diretoria, o meio-campista ganhou as boas vindas ontem, quando fez exames no CT da Graciosa. Durante as semanas que antecederam a concretização do negócio, ele diz ter recebido apoio de torcedores alviverdes.

Alguns, no entanto, estão cautelosos. "Não sei qual a razão. O João é um meia de qualidade, foi uma negociação boa para o clube. Dezenas de outros jogadores já fizeram esse caminho", minimiza o vice-presidente de futebol, Ernesto Pedroso, responsável por conduzir as tratativas iniciadas no ano passado, quando o volante ainda tinha vínculo com o Atlético.

No CT do Caju, João Paulo perdeu espaço por uma questão obscura. A diretoria do clube não queria mais vê-lo em campo e, quando tomou conta da situação, o próprio jogador pediu para não ser mais utilizado."Não sei muito bem o que aconteceu, teve alguma bronca, mas não guardo mágoa. Agora quero ser feliz no Coritiba", afirma.

Como jogou pela última vez em outubro, ele conta os dias para estrear no novo clube e repetir a trajetória de vários jogadores que deram certo virando a casaca.

"Tem o Zé Roberto, o Marcos Aurélio, o Tuta. Vários jogadores fizeram esse caminho. Me sinto um privilegiado e espero fazer a minha história no Coxa também."

Colaboração: Helênicos

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