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Carro reforça ligação do dirigente

Um automóvel Pajero 2001, da cor prata, é mais um indício da forte ligação ainda existente entre Onaireves Moura e a Federação Paranaense de Futebol. O veículo foi comprado em nome da Comfiar para ser o carro-oficial da presidência da entidade. Foi usado pelo cartola afastado e, agora, serviria a Aluizio Ferreira, que mora em Ponta Grossa e tem de se deslocar freqüentemente a Curitiba.

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Afastado definitivamente da presidência pela Justiça Desportiva há pouco mais de um mês, Onaireves Moura ainda é uma presença constante na Federação Paranaense de Futebol. Um fantasma do qual a entidade não consegue – e não quer – se livrar.

Os funcionários da entidade seguem sofrendo com atraso no pagamento dos salários e falta de estrutura de trabalho na mesma medida que a ascendência do antigo chefe do futebol no estado é forte. "Não mudou nada com a saída do Moura", resume um funcionário, que preferiu não se identificar. Situação comprovada em uma visita da reportagem à FPF durante a semana passada.

Na sede da entidade, quadros com o retrato do cartola, suspenso por 6 anos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), ainda enfeitam as paredes. A sala de Moura, no segundo andar do prédio localizado na Avenida Victor Ferreira do Amaral, ao lado do Estádio Pinheirão, segue intacta. Ninguém ousou ocupá-la. Nem mesmo Aluizio Ferreira, o vice-presidente escolhido para concluir o mandato interrompido no tribunal.

O próprio Ferreira dá demonstrações de que a presença do dirigente que comandou o futebol no estado por 22 anos ainda é forte. O dirigente diz tomar conselhos freqüentes com Moura sobre a condução da Federação e da FPFTV, canal de tevê pela internet administrado pela entidade.

"Tem coisas que eu não conhecia, por isso tive que ouvir o ex-presidente. Por exemplo, quando realizamos um arbitral com os clubes e fizemos contatos com as tevês para a transmissão do Campeonato Paranaense de 2008", exemplificou. "Já a FPFTV está funcionando, mas em câmera lenta. Ainda não sabemos o que fazer", acrescentou, para em seguida lamentar a saída do ex-dirigente. "Agora ele sumiu."

Embora assuma ter consultado o seu antecessor em momentos de dúvida, Ferreira garante que o pente-fino nas contas e documentação na FPF já começou. Ele promete entregar a casa em ordem em abril, quando termina seu mandato-tampão e uma eleição vai escolher pela primeira vez após mais de duas décadas um presidente que não seja Onaireves Moura.

Um dos pontos mais esperados da "limpa" é a auditoria nas contas da Comfiar (Comissão Fiscalizadora de Arrecadação), criada para administrar as verbas da Federação. A partir de agosto, uma empresa de Ponta Grossa, cidade de Ferreira, vai investigar possíveis irregularidades nos borderôs de jogos realizados no estado, fraude que beneficiaria a Comissão.

"Estamos informatizando todos os setores, treinando o pessoal. Teremos um sistema de registros de atletas on-line a partir do ano que vem", citou.

O diretor do departamento de registros era Guilherme Rolim de Moura, filho do ex-presidente. Ele foi exonerado do cargo na semana passada. Da sua breve passagem pela entidade, ficou marcado o episódio envolvendo o Rio Branco, eliminado da Copa do Brasil por problemas no envio da documentação de um jogador da Federação para a CBF. Agora, Dilon Waldrigues, diretor de futebol amador, acumula as duas funções.

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