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Logo após a partida no Couto Pereira, os jogadores do Internacional ficaram abatidos. Mesmo com o técnico Muricy Ramalho pedindo para o time saudar a torcida colorada, todos foram rapidamente para o vestiário. Poucos minutos depois, voltaram em festa. O time gaúcho se proclamava assim campeão do Brasileiro 2005.

Ao lado do público gaúcho, a equipe comemorou a "conquista" – mesmo sem o aval da CBF. "Fomos os melhores em campo. Agora, resta esperar a decisão final da Justiça. A diretoria mandou a gente comemorar. Além disso, realmente nos sentimos como campeões", declarou Fernandão, um dos líderes da equipe.

A conta do Inter parece simples: se não fossem anulados todos os 11 jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho, o clube terminaria a temporada com 78 pontos contra 77 do Corinthians. Pela CBF, valendo-se da polêmica decisão do STJD, os paulistas terminaram com 81 e os sulistas com 78.

"Na verdade, há dois campeonatos. Cada um tem o seu direito. Os caras (corintianos) fizeram a bagunça deles em Goiás. E nós, aqui", disse Muricy, em disputada entrevista coletiva. "Uma pessoa só (Luiz Zveiter, presidente do STJD) não pode decidir tudo sozinho", cobrou.

Na seqüência, o treinador foi ainda mais incisivo. "A lei diz que as partidas só podem ser refeitas caso haja provas de manipulação por parte do juiz. Pois bem, cadê as provas? Aí, inventaram uma tal de contaminação. Por que não fazem como na Alemanha? Prende-se o árbitro ladrão e segue o baile."

O artilheiro Rafael Sóbis reforçou o discurso. Questionado se o título era "moral", esbravejou. "Nós fomos campeões dentro de campo, basta ver a nossa campanha sem as decisões que ocorreram fora dele."

Só não houve a tradicional volta olímpica no Alto da Glória. Orientados pela diretoria, os atletas evitaram exageros durante os festejos. Assim mesmo, houve tumulto. Revoltada com o rebaixamento, a torcida do Coritiba não aceitou a festa colorada. Foram arremessados pedaços de concreto da arquibancada inferior contra os jogadores.

Entre os cartolas, o tapetão ganha ainda mais força. "Não há como tirar o grito da garganta, da goela... O grito de campeão. Quem conseguir isso, é mágico", abriu o vice-presidente de futebol Vitório Píffero. "Nós vamos lutar respeitando todas as instâncias. O título é nosso. O Corinthians está de parabéns pelo vice-campeonato."

O dirigente assegurou ainda que a batalha jurídica pode chegar à Fifa. "É uma possibilidade. Agora, enquanto isso, iremos já costurando mais essa estrela na camisa", completou.

Na madrugada de ontem, o advogado Leandro Konrad Konflanz conseguiu na Justiça Comum uma liminar proibindo a CBF de entregar a taça hoje – muito menos homologar a classificação final.

Apesar da insistência gaúcha, já surge uma ameaça. A Conmebol determinou que clubes estão proibidos de pegar carona nas decisões da Justiça comum. Quem respeitar essa determinação, ficará fora de competições sul-americanas. O Inter está na Libertadores 2006.

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