Entrevista
Paulo Schimitt, procurador-geral do STJD.
O Coritiba pretende ser isentado da pena. Qual será a linha da procuradoria? A manutenção dos 30 jogos?
Prefiro não comentar, vou me manifestar no tribunal.
Como o senhor, que é paranaense, viu a repercussão do caso?
A procuradoria fez o que tinha de fazer. Talvez seja o fato mais grave que eu tenha presenciado no cargo. Agora tem um código novo, não pode ser desconsiderado, mas acho que foi tudo tranquilo.
O senhor recebeu alguma pressão?
Se você não souber lidar com isso na área que eu estou, melhor não entrar. Houve exagero, manipulação da opinião pública, mas foi um fato gravíssimo. O clube esteve até mais ameaçado, de rebaixamento para a Série C, coisas fora da legislação, intervenção da Fifa, mas seguramos tudo no nosso foro. Eu recebi cartinhas ameaçadoras, mas é hora de uma reavaliação técnica do processo, sem emoção.
A semana promete. Amanhã tem Copa do Brasil; no dia seguinte, o julgamento mais importante dos 100 anos do Coritiba. E se em campo o time está tranquilo, fora, a expectativa é de fortes emoções. Embora seja disso que o Coxa fuja.
Foram quase três meses entre o dia 15 de dezembro de 2009 e a confirmação do julgamento de recurso para as 13h30 desta quinta-feira. Tempo para cicatrizar as feridas e ver a poeira baixar. "O contexto do primeiro julgamento é o que foi observado por todos, extremamente emocional" disse o vice-presidente de futebol coxa, Vilson Ribeiro de Andrade.
"Embora o STJD sempre seja político, a gente espera algo mais baseado na lei", continuou, lembrando que, de lá para cá, quando foi punido com 30 jogos longe do Couto Pereira, palco da violência, o comportamento mudou: "Agora, com uma nova postura, com o Atletiba, que teve bom comportamento da torcida, acho que foi positivo."
E pela primeira vez desde a batalha campal o Coxa criticou a atuação da Polícia Militar do Paraná na ocasião. "O Coritiba entende que tomou as providencias necessárias. Avisamos a polícia, aumentamos a segurança. A polícia tinha o ENEM na época e subestimou o jogo. Foram 1.200 homens lá e apenas 200 no campo", constatou Vilson Andrade. Na ocasião, o Secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari negou falha de estratégia da Polícia Militar na segurança. O efetivo apontado seria de 700 policiais.
Os 30 jogos, se confirmados, são vistos como uma sentença de morte, algo capaz de levar a instituição à falência. Coisa inimaginável de ser confirmada no recurso, para o dirigente. "O bom seria nenhum jogo, porque nós já cumprimos cinco", atestou, misturando a punição à interdição preventiva do estádio no Estadual.
Mas as contas assustam: "O prejuízo calculado é, por baixo, 1,5 milhão de reais nesses jogos que cumprimos. Se forem 30 jogos, chega a 20 milhões, somando todas as receitas. Não há como sobreviver", diz Andrade.
Por isso a aposta é no novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva e na diminuição da repercussão do caso na mídia. Vilson Andrade não esconde que o rigor com um clube fora do eixo é maior. "Eu não sei... tem muitos fatores. Quando o Flamengo foi campeão, lá também aconteceram coisas, assassinaram duas pessoas. A verdade é que, saiu do eixo RioSão Paulo, tudo o que acontece é ruim. Veja, agora teve confusão em Palmeiras e São Paulo e ninguém fala nada".
Com o grupo do primeiro julgamento (Jair Cirino, presidente; Gustavo Nadalin e José Mauro do Couto Filho, advogados; e o próprio Andrade) o Coritiba vai encarar o jogo mais importante do ano.
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