Juventude e experiência

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A seleção brasileira embarca hoje para Londres com a missão de conquistar o ouro inédito com a terceira equipe mais jovem desta edição da Olimpíada. A média de idade do time de Mano Menezes é de 22,2 anos – superior apenas à da Suíça (21,11) e à do Gabão (21,5). Os anfitriões britânicos têm a média mais elevada dos Jogos 23,9 anos.

Mesmo recheado de "caras novas", o Brasil, que ontem de manhã fez o último treino com bola antes do embarque, na Escola de Educação Física do Exército, no bairro da Urca, no Rio, é também a equipe com mais experiência olímpica. Ao lado da Coreia do Sul, o time do técnico Mano Menezes tem o recorde de atletas que já participaram do torneio olímpico. Conquistaram a medalha de bronze em Pequim 2008 o lateral-esquerdo Marcelo, o atacante Alexandre Pato e o zagueiro e capitão Thiago Silva, que também estava entre os convocados da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010.

A média baixa de idade do grupo também é compensada pela experiência internacional dos jogadores. Onze dos 18 convocados por Mano atuam em times estrangeiros. "Essa experiência em clubes do exterior é mais importante do que a idade para a Olimpíada", considera o volante Rômulo, que acaba de trocar o Vasco pelo Spartak Moscou, da Rússia.

O lateral-direito Danilo, que joga pelo português Porto junto com o atacante Hulk e o lateral Alex Sandro, ex-Atlético, também ressaltou a importância de a equipe contar com jogadores que atuam em algumas das agremiações mais fortes do mundo, como o espanhol Real Madrid (Marcelo), o italiano Milan (Alexandro Pato) e o inglês Manchester United (Rafael). "Temos jogadores que seriam titulares nos maiores clubes do mundo. E em uma competição de tiro curto, como a Olimpíada, depende muito da vontade, da superação, às vezes mais até do que a técnica", avalia Danilo, que ontem completou 21 anos.

O jogador do Porto também afirma que o trio da Olimpíada de 2008 tem passado muito de sua experiência para o grupo. Tudo para não repetir o fracasso da China, quando o Brasil, comandado por Dunga e com Ronaldinho Gaúcho de capitão, perdeu para a Argentina na semifinal.

"O que eles passam para a gente no dia a dia é o fato de ter que ter muita vontade. Até porque o Brasil já teve outros grandes jogadores nesse torneio e não conseguiu [vencer]", afirma Danilo, que deseja não repetir a trajetória olímpica de jogadores que, apesar de serem craques, não conseguiram o ouro, como Falcão, Romário, Bebeto, Ronaldo, Ri­­val­­do e Ronaldinho Gaúcho.