Lição indigesta

• 0

O Brasil concentrou nesta última semana os testes para a disputa da Olimpíada em Londres. A seleção do técnico Mano Menezes convenceu nas duas primeiras partidas, ao vencer a Dinamarca, por 3 a 1, e os Estados Unidos, por 4 a 1. Ontem, no entanto, deixou má impressão com a derrota para o México, por 2 a 0, em Dallas.

Ao término do amistoso, restou a esperança de que a equipe saiba aproveitar as lições da jornada infeliz. O problema é que a recuperação terá de vir sobre o maior rival, a Argentina, no sábado, em Nova Jersey, último compromisso antes dos Jogos. E, para piorar, Lionel Messi, o melhor do mundo, estará do outro lado.

"Nós sabíamos que iríamos oscilar um pouco. Foi a primeira vez que saímos atrás no marcador e as dificuldades apareceram", comentou Mano Menezes, que ontem completou 24 partidas no comando da equipe.

O meia-atacante Lucas, do São Paulo, também avaliou como proveitoso o jogo, apesar do insucesso. "O México é um time bem mais maduro do que os Estados Unidos, mais forte fisicamente. Temos que acostumar com isso, pois será assim na Olimpíada, com partidas difíceis."

Pesaram para o revés as atuações apagadas do meia Oscar e do atacante Neymar – os destaques do Brasil até então na série de amistos preparativos. Ambos foram bem marcados e apareceram pouco durante os 90 minutos. O craque do Santos, inclusive, mostrou-se irritado com a perseguição e envolveu-se em uma confusão no final.

Dois golpes de sorte também ajudaram os adversários. No primeiro gol, Giovani dos Santos tentou cruzar e acabou encobrindo o goleiro Rafael. Depois, ainda na etapa inicial, Juan falhou e cometeu pênalti. Chicharito bateu e aumentou o placar: 2 a 0.

"Eles fizeram dois gols em lances isolados. No todo a nossa equipe se comportou bem. Mas, infelizmente, futebol é isso", comentou o zagueiro e capitão Thiago Silva. O jogador do Milan deixou o campo machucado no segundo tempo e preocupa para o clássico com a Argentina.

A derrota pôs o Brasil em desvantagem no retrospecto do duelo no século atual. Freguês histórico, os mexicanos venceram quatro dos nove confrontos, com três vitórias brasileiras e dois empates. Da última vez em que as duas seleções haviam se encontrado, em outubro do ano passado, o triunfo tinha sido canarinho, por 2 a 1, de virada.

O jogo

Com Neymar e Oscar bem marcados, o Brasil pouco jogou. O México também não foi bem, mas contou com a sorte para construir a vantagem de 2 a 0. Na etapa final, os brasileiros melhoraram, mas não tiveram forças para diminuir.