Lucas Di Grassi pode substituir Nelsinho Piquet na Renault em 2009

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A Renault tem praticamente definida a troca de seu piloto brasileiro em 2009. Sai Nelsinho Piquet, entra Lucas Di Grassi. As chances de a substituição ocorrer são de 95%, garantem fontes da equipe francesa. Para isso, contribuem dois fatores totalmente opostos: a decepção com o desempenho de Nelsinho nessa primeira temporada na Fórmula 1 e a empolgação com o trabalho de Di Grassi no campeonato da GP2 e nos três dias de testes que realizou com o carro de F-1 em Jerez de La Frontera, na Espanha, há duas semanas.

Vice-campeão da GP2 em 2007, Di Grassi, sem apoio financeiro, só entrou na disputa desse ano na quarta das 10 rodadas duplas da competição. Mesmo assim, terminou em terceiro lugar, com 63 pontos, 1 a menos que Bruno Senna e 13 atrás do campeão, o italiano Giorgio Pantano, que participaram de toda a temporada. Ou seja: quando foi à pista, fez mais pontos que todos os rivais

Nelsinho Piquet, em contrapartida, realiza um campeonato aquém do que dele se esperava na F-1. Sofre com o fato de a Renault não ter um bom carro, é verdade. Mas, em 15 provas, somou apenas 13 pontos e classificou-se entre os 10 primeiros somente quatro vezes, embora tenha obtido um ótimo segundo lugar no GP da Alemanha.

Na equipe, porém, a principal queixa é pelo fato de ele jamais ter chegado perto do ritmo de Fernando Alonso. Os rumores sobre a troca envolvendo os brasileiros têm cerca de um mês e aumentaram depois do GP de Cingapura, no último domingo, quando Nelsinho Piquet abandonou após bater no muro e destruir o carro. Nesta terça-feira, a revista especializada britânica Autosport garantiu que a mudança está próxima.

Di Grassi desconversa: "Fiquei surpreso com a informação da revista. Não tem nada certo", disse à Agência Estado. De fato, ainda não há nenhum contrato assinado, o que não reduz o entusiasmo do pessoal da Renault com o piloto de 24 anos. Além disso, na F-1, um piloto, ainda mais novato, dar "com a língua nos dentes" pode custar caro. Mas Flavio Briatore, chefe da equipe, já teria até oferecido Nelsinho à Toro Rosso.

A pequena pendência que pode adiar o sonho de Di Grassi chama-se Fernando Alonso. "Acho que, se o Alonso sair da Renault, ficará mais difícil para mim, pois o carro de 2009 é completamente diferente do atual e eles vão querer alguém com mais experiência", disse. O espanhol deve ficar. Briatore só deve revelar seus pilotos após o encerramento da temporada.

Embora não deixe a prudência de lado, Lucas Di Grassi admite que está agradando ao pessoal da Renault. "Sei que eles estão satisfeitos com meu trabalho na GP2 e com os testes que fiz em Jerez", avaliou. "Pelo que escutei, eles consideraram os três dias muito bons".

Piloto do programa de desenvolvimento da Renault desde 2004, o brasileiro tem, na visão dos franceses, qualidades essenciais para um piloto: é veloz, ousado e sabe trabalhar para a equipe. Essas qualidades, inclusive, já foram destacadas numa publicação que os franceses distribuem para jornalistas ligados ao automobilismo.

Outro concorrente à vaga na Renault, Romain Grosjean - preferido de parte dos franceses -, não parece páreo para Di Grassi. O franco-suíço é talentoso, porém inexperiente.