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Com 22 camarotes, praça de alimentação e 10 cabines de transmissão, a Arena Jaraguá custou R$ 20 milhões aos cofres públicos | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Com 22 camarotes, praça de alimentação e 10 cabines de transmissão, a Arena Jaraguá custou R$ 20 milhões aos cofres públicos| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Geografia

Jaraguá do Sul é a menor cidade a receber evento do UFC

Desde sua fundação, em 1993, o UFC já esteve em 12 países e em 25 cidades diferentes. Jaraguá do Sul (SC), destino do campeonato no próximo dia 18 de maio, com Vitor Belfort e o americano Luke Rockhold como protagonistas, será a menor delas. A conta exclui torneios disputados nos Estados Unidos.

Com 143 mil habitantes, de acordo com censo do IBGE de 2010, o município catarinense vai ultrapassar Bayamón, na Costa Rica, no ranking dos menores locais já visitados pelo evento. O município caribenho, de cerca de 208 mil habitantes, recebeu o UFC em 1996. A alemã Oberhausen, onde vivem 212 mil pessoas, passará a ser a terceira da lista. Ambas, no entanto, utilizaram ginásios menores do que a Arena Jaraguá.

A pouco mais de um mês da competição, o UFC já é assunto na cidade. A venda de ingressos também caminha bem: três dos sete setores do ginásio já não tem mais lugares disponíveis desde a semana passada.

"Vamos ver muita pancada. Isso aqui vai estar igual a um formigueiro de tanta gente", prevê o responsável pela manutenção da arena, Bruno Marschall. Até lá, o ginásio passa por uma breve reforma, programada pela prefeitura.

O UFC surpreendeu ao anunciar, em fevereiro, que a pequena Jaraguá do Sul, município com cerca de 143 mil habitantes no Nordeste de Santa Catarina (a 176 quilômetros de Curitiba), entraria no mapa do principal campeonato de artes marciais mistas (MMA) do mundo. A primeira edição da competição no Interior do Brasil, no dia 18 de maio, no entanto, só vai ocorrer por causa de um importante detalhe: a Arena Jaraguá.

Construído em 2007 ao custo de R$ 20 milhões, o ginásio é considerado pelo UFC como um dos três melhores do país, atrás apenas da HSBC Arena, no Rio de Janeiro, e do Ibirapuera, em São Paulo.

Com 20.640 m² de área construída, incluindo 22 camarotes, praça de alimentação e 10 cabines de transmissão, além de estacionamento para 1.500 veículos, a arena catarinense é frequentemente utilizada para jogos de futsal, feiras e shows. Durante anos, foi a casa do ala Falcão e da Malwee, hexacampeã nacional nas quadras.

Mesmo com menor capacidade de público em relação a outras praças utilizadas pelo evento – a organização estima lotação máxima de 9,5 mil espectadores sentados –, a boa estrutura oferecida bastou para Jaraguá do Sul se tornar a menor cidade fora dos Estados Unidos a sediar uma edição do torneio (leia abaixo).

"Nosso maior desafio é encontrar locais adequados para que o UFC chegue a mais cidades. Encontramos aqui uma das três melhores arenas do Brasil. Fiquei muito admirado com a estrutura da cidade, tenho certeza que vai funcionar perfeitamente", elogia o diretor internacional do UFC, Marshall Zelaznik.

Além de girar a economia local, o evento também será responsável por movimentar municípios vizinhos, como Joinville, Blumenau e Balneário Camboriú. Restaurantes e hotéis da região vão receber turistas de todo o país na semana do evento.

"O UFC quer trazer o esporte para todo o Brasil e identificou na nossa cidade um dos melhores locais. Então, vieram confirmar e gostaram do que viram", conta o prefeito, Dieter Janssen (PP). "Com certeza vale a pena [investir em um ginásio desse tipo]", acrescenta o político, vereador na época da construção da Arena Jaraguá.

Ao contrário da cidade catarinense, de tradição nula no MMA, Curitiba foi a única cidade do mundo a ter dois cinturões simultâneos do UFC, entre 2010 e 2011. Ainda assim, o evento está longe de desembarcar na terra onde foram forjados nomes como Anderson Silva, Maurício Shogun e Wanderlei Silva.

De acordo com o secretário de esporte da capital paranaense, Aluisio de Oliveira Dutra Júnior, a cidade corre atrás de parceiros para a construção de um ginásio moderno.

"Planos a gente tem. Mas em Jaraguá, por exemplo, há uma equipe de futsal que faz uso desse ginásio. Aqui não temos equipe competitiva para usá-lo", argumenta. "As coisas devem caminhar de maneira conjunta. Não podemos usar o dinheiro dos curitibanos sem ter toda a amarração e correndo risco de repetir o exemplo do Pinheirão, que nos deixa envergonhados", fecha.

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