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 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Dezoito anos após estrear –e ser campeão – no UFC, o brasileiro Vitor Belfort, de 38 anos, pode completar uma façanha caso derrote o americano Chris Weidman, 30, neste sábado (23), em Las Vegas, nos Estados Unidos.

O ‘Fenômeno’, vencedor do torneio peso-pesado (até 120 kg) na 12.ª edição do campeonato, em 1997, e do título dos meio-pesados (até 93 kg), em 2004, seria o primeiro lutador a ter três cinturões em categorias diferentes –hoje ele compete na divisão média (até 84 kg). Prova de que o ‘Velho Leão’, como o próprio atleta se autodenomina, conseguiu passar imune, ou quase, à ação do tempo?

Por enquanto, a pergunta não tem resposta por causa de três letras: TRT (terapia de reposição de testosterona). Em 2013, o carioca admitiu pela primeira vez que fazia uso do tratamento, banido pelo UFC apenas no ano passado.

Sua alegação é de que sofre de hipogonadismo, doença que diminui sua produção natural do hormônio, e precisaria repor a testosterona por motivos médicos – em 2006, o carioca caiu no antidoping para esteroides, cujo uso contínuo pode ter causado a alteração.

Porém, o período em que utilizou o TRT, marcou também a aparição de um novo e rejuvenescido Vitor.

Com nocautes fulminantes, venceu rivais ranqueados entre os dez melhores, como o inglês Michael Bisping e os americanos Luke Rockhold e Dan Henderson.

Mais forte e rápido do que alguns anos antes, conseguiu chegar a mais uma disputa de cinturão.

Agora, pela primeira vez sem a reposição hormonal artificial, o veterano terá de provar, contra o quase uma década mais jovem Weidman, que não é uma farsa.

“Foi melhor para mim [o fim do TRT] porque deixei um tratamento chato, que estava me incomodando, e agora estou mais forte, rápido e leve”, explicou Belfort, ao SporTV, “O que importa é o que está na minha cabeça”, enfatizou.

Com ou sem tratamento, é fato que a maior chance de vitória do brasileiro está nos dois primeiros rounds. Das suas dez derrotas, seis aconteceram a partir do terceiro assalto.

E é exatamente essa falha que o campeão quer explorar. “É andar para frente e estar na sua cara. Ser o melhor e dominá-lo em todos os aspectos. Preciso fazer uma afirmação a todos os pesos-médios de que eles não têm a mínima chance contra mim”, prometeu Weidman, com duas vitórias sobre Anderson Silva e outra sobre Lyoto Machida. “Uma lenda brasileira por vez, vou derrubar todos”, provocou, em um vídeo de divulgação do combate no MGM Grand Garden Arena.

Além do rendimento efetivamente sem TRT, já que passou em todos os exames pré-luta, outra incógnita é sobre como Belfort vai se comportar no ringue após 17 meses sem lutar. O duelo teve de ser adiado duas vezes por causa de lesões do norte-americano.

Tempo que virou treino e mais treino para o brasileiro. “Vencer o título será todo o trabalho duro valendo a pena. Ser um campeão é sobre como você vive. É muito mais do que um dia só”, filosofou.

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