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Königstein, Alemanha – Todos os olhos estavam atentos à saída de Cafu do campo de treinamento para o ônibus – principalmente os fotógrafos, ansiosos por uma imagem do capitão do pentacampeonato recebendo o tradicional trote dos companheiros no dia de seu aniversário. Nada de ovo ou farinha na Arena Zagallo. Com moral alta no elenco, os jogadores, pelo menos em público, respeitaram o "mestre" da seleção. "Ele parece ter 29 e não 36 anos, mas independentemente da idade, ele é o nosso professor. Aprendemos muito com o Cafu", definiu o lateral-esquerdo Roberto Carlos.

No dia em que Cafu chegava ao mundo, 7 de junho de 1970, a seleção brasileira jogava com a Inglaterra pela Copa, um dos melhores duelos da história do torneio. Pelé já era rei, mas não marcou naquele jogo. O tri viria 14 dias depois.

"Quando eu nasci, meu pai disse que seria um craque de futebol. Na verdade, nasceu um jogador que vai jogar a quarta copa", comentou Cafu, humildemente.

Para o amigo Roberto Carlos, não é tão simples assim. "Ele tem uma trajetória na seleção mais vitoriosa que a do Pelé. Ninguém fala disso porque ele joga na defesa e não no ataque. Mas o currículo dele, as conquistas, são excepcionais", discursou o camisa 6 canarinho.

Se levantar o caneco neste ano, Marcos Evangelista de Moraes terá três mundiais na prateleira, assim como o Rei. Mas dois recordes serão só seus caso triunfe na Alemanha: presença em quatro finais consecutivas da competição mais importante do planeta e único capitão a levantar o troféu duas vezes. "O Pelé é único, porém estou trabalhando duro para alcançar meu objetivos, quebrar esses recordes", afirmou.

O lateral destacou a importância de ter conseguido chegar a mais esse torneio em plenas condições físicas, sua principal virtude. Aproveitou para desafiar com classe o técnico Guus Hiddink, da Austrália, que teria dito que sua idéia é explorar os espaços deixados pelos laterais brasileiros, ambos em idade avançada.

"Desde que comecei no futebol falam em explorar as laterais. Eu ainda estou jogando e nós continuamos ganhando", respondeu.

Depois de sair do subúrbio paulista e vencer na vida como jogador, mesmo tendo sido rejeitado em seis peneiradas sem desistir, Cafu promete mais. Segundo ele, só se aposenta da seleção quando não se sentir mais o prazer que tem vestindo a amarelinha. Pelo jeito, deve demorar.

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