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Diego Maradona, técnico da Argentina, está se sentindo maltratado e perseguido, mas disse que vai concentrar-se em seu trabalho, em sua família e no apoio das "pessoas comuns."

Maradona, que terá de se apresentar ao comitê disciplinar da FIFA, em Zurique, neste domingo (15), para explicar seus rompantes de raiva e impropérios após a classificação da Argentina para a Copa do Mundo, disse ao jornal Marca, da Espanha, que muitas pessoas querem vê-lo fora da seleção.

"Coisas muito piores foram ditas e há pessoas que fazem coisas terríveis no futebol," disse Maradona ao jornal, em uma entrevista realizada em Madri na última quarta-feira (11).

"Eu estou encontrando refúgio em minha equipe, em minha família, em minhas filhas e nas pessoas comuns, que estão nas ruas," acrescentou o argentino de 49 anos.

"Mas algumas pessoas não esquecem, como as pessoas que estão nas ruas da Argentina, elas sempre me dão muito carinho, elas me saúdam e me amam como sempre fizeram."

"E estou concentrado nisso, nas pessoas sem microfones, não no que a imprensa diz."

Maradona pode ser afastado de jogos oficiais, em especial da Copa do Mundo da África do Sul, que acontece no ano que vem, se a FIFA decidir bani-lo dos estádios em razão de seu destempero após a vitória de 1 x 0 sobre o Uruguai, que garantiu a vaga da Argentina no torneio.

Maradona começou a atacar seus críticos imediatamente após o apito final em Montevidéu, desfiando um rosário de ofensas ao ser entrevistado ainda à beira do campo, e teve outro ataque na entrevista coletiva pós-jogo, que foi transmitida ao vivo por diversas emissoras de televisão.

Dois dias após o ocorrido, o presidente da FIFA, Sepp Blatter, anunciou que procedimentos disciplinares seriam abertos para apurar o incidente.

"Se as pessoas querem levar isso a mal, que então levem mesmo," disse Maradona ao Marca.

"Eu disse o que disse e é assim que ficamos. No domingo, vou lá falar o que tenho que falar à FIFA e pronto."

O instável campeão da Copa do Mundo de 1986 foi criticado pesadamente pelas derrotas para Bolívia, Equador, Brasil e Paraguai, o que fez com que a Argentina estivesse na iminência de ficar fora da Copa do Mundo pela primeira vez desde 1970.

A Federação Argentina de Futebol enviou um relatório à FIFA em que afirma que "Maradona estava agindo sob o efeito de emoções violentas por ter discutido com jornalistas nos dias que antecederam a partida."

Maradona comparou sua situação com a do técnico da seleção mexicana, Javier Aguirre, que foi suspenso por três jogos pela CONCACAF em julho após entrar em confronto com o meio-campista Ricardo Philips, do Panamá, durante partida da fase de grupos da Copa Ouro.

"Eu disse, fazendo uma piada, que se tivesse dado uma voadora como Aguirre no jogo contra o Panamá, eles iriam me condenar à prisão perpétua," disse ele.

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