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Marlon quase ficou fora do Campeonato Mundial, na Itália. Com uma inflamação no intestino, sentiu dores, viveu dias de angústia e ficou debilitado. Mas nunca desistiu. Quando diagnosticado o seu problema, uma colite ulcerativa, se empenhou ao máximo na recuperação. Ainda não está 100%, mas já deu o primeiro passo: entrou em quadra e ajudou a seleção brasileira a vencer a República Tcheca. Depois de duas fases ausentes, o ‘guerreiro’ voltou.

"É, voltei. Quando estava no banco, procurei descansar para os momentos em que eu precisasse entrar para ajudar. Estou no momento de medir as energias. Quando fui chamado, bateu aquela ansiedade de dar continuidade ao jogo, não deixar o rendimento dos caras cair. Gostaria de ter feito mais nas bolinhas que levantei", contou.

Sentado atrás dos reservas, com as pernas esticadas, Marlon se alongava. Os olhos não perdiam um lance da partida. Nas boas jogadas, aplaudia. Mas voltava logo para os exercícios, que só foram interrompidos na primeira parada técnica obrigatória. Foi conversar com Bruninho.

Enquanto o titular tomava água e secava o rosto com uma toalha, o experiente reserva dava conselhos. Gesticulava, mostrando a posição correta das mãos, e apontava para a rede. Bruninho concordava com a cabeça. Finalmente, ele tinha sua referência de volta.

Quando o placar apontava 21/19, Bernardinho chamou Marlon para a inversão de 5-1. Colocou o levantador no saque, substituindo Leandro Vissotto. Ao entrar em quadra, soltou um sorriso. Depois de dias repletos de incertezas, enfim, estreava no Mundial.

O Brasil não teve vida fácil contra a República Tcheca. Durante o segundo e terceiro sets, Marlon ficou em pé. Com o corpo ereto, mantinha as mãos para trás. Às vezes, as colocava no queixo e na cintura. Esboçava um ar de preocupação, que sumiu apenas no tie-break, quando a seleção entrou arrasadora, conquistou a vitória e, assim, ficou mais próxima da vaga nas semifinais.

Marlon correu para encontrar os companheiros na quadra e comemorar o resultado. Bruninho o esperava de braços abertos.

"A vitória eu gostaria de dedicar a ele. Foi um guerreiro. A fé e a crença que ele teve foram impressionantes. O caso dele não tinha o que fazer, era mais esperar. A comissão técnica chegou a falar com a Federação Internacional para trocar, mas o tempo já tinha se esgotado. A FIVB não permitiu. Hoje, vendo ele em quadra, agradeço o veto. O guerreiro está de volta", disse Bruninho.

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