Londres - Campeão do Mundial indoor de Istambul em março, o saltador Mauro Vinícius, o Duda, chega a Londres como a grande esperança brasileira de medalha no atletismo masculino. Para tentar o pódio na Olimpíada, o atleta paulista de 25 anos faz os últimos ajustes na sede da delegação brasileira, o Crystal Palace, para a estreia no salto em distância na sexta-feira (3). O objetivo é superar a marca de 8,23 metros alcançada na Turquia. "Acredito que com a marca de Istambul eu fique entre os cinco primeiros colocados para a final. A previsão é de que acima de 8,40 metros é medalha. Então temos que melhorar" avalia. O Brasil não ganha medalha no atletismo masculino desde 2000, quando foi prata no revezamento 4x100m masculino.
Os ajustes para alcançar a diferença de 17 centímetros na busca pela medalha, explica Duda, seriam na corrida e na finalização do salto. "Na parte física estou bem, mas um erro técnico acaba encurtando o salto", argumenta.
O técnico de Duda, Aristides Junqueira, afirma que a correção da corrida tem exigido uma atenção maior. O objetivo é desacelerar a corrida para que Duda tenha mais energia no momento do salto. "Temos de ajustar os quatro passos finais da corrida. O que nós precisamos é de velocidade ótima, não de velocidade máxima", explica o treinador.
Pela experiência que adquiriu depois do ouro no Mundial de Istambul, Duda, que é líder do ranking mundial indoor, mas está apenas entre os 30 primeiros colocados no ranking outdoor, acredita que não terá maiores dificuldades para estar pronto na hora de competir. Ao contrário de Pequim 2008, quando não chegou à final, ficando apenas na 26ª colocação. "Naquela época eu era mais imaturo. Agora estou mais tranquilo. Consigo pensar melhor em como usar meu corpo na prova. Antes eu descarregava muita energia no treino", compara.
Expectativa
Apesar do ganho de experiência com o título no Mundial indoor, Duda admite que está ansioso para a estreia nos Jogos Olímpicos. Para manter o foco, o atleta, que é primo do cantor de pagode Tiaguinho, promete que se chegar ao pódio vai comemorar com samba.
Até lá, o momento é concentração. Tanto que o saltador deixou o cavaquinho, que costuma tocar nos momentos de folga, no Brasil. "Pensei na prova milhares de vezes nos últimos dias. E quando não estou treinando, fico vendo vídeos ou discutindo a prova com o Tide [o treinador]", enfatiza.
Entre os vídeos que Duda assiste para melhorar o seu salto, está, é claro, o de Istambul. "É o que me inspira mais", admite o atleta.
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