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Ponta Grossa – O reinado de 22 anos de Onaireves Moura frente à Federação Paranaense de Futebol (FPF) pode estar perto do fim. O dirigente tem até sexta-feira para conseguir a liberdade e voltar ao cargo. Do contrário, o prazo de 60 dias de afastamento permitido pelo estatuto vence e Moura perde a presidência. A liberdadade de Moura cabe à 4.ª Vara do Tribunal Regional Federal, em Porto Alegre (RS), que deve julgar nesta quarta-feira o pedido de habeas-corpus feito no início de abril.

O presidente da FPF está preso há 58 dias numa cela do Centro de Orientação e Triagem (COT) do presídio do Ahú, em Curitiba, por sonegação fiscal, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal em março por estes crimes, que foram praticados quando era sócio de um bingo em Ponta Grossa, de 1999 a 2004. Esse é o segundo recurso impetrado pela defesa de Moura na tentativa de livrá-lo da prisão e caso o julgamento seja favorável, ele ganhará a liberdade e a permanência no cargo estará garantida.

Mas se o pedido for negado ele continuará preso e, se a FPF não mudar as regras do jogo até sexta-feira, perde a presidência da entidade. Teoricamente, Moura perde o cargo mesmo se o caso não entrar nas discussões desta quarta-feira no TRF. Os desembargadores se reúnem semanalmente e se o pedido não for analisado, entra na pauta da próxima quarta-feira.

Numa "carta aberta a quem interessar possa", escrita no dia 30 de abril e publicada nesta terça-feira pela Gazeta do Povo, Moura fez um relato sobre seus dias de prisão e questionou seu envolvimento no caso de sonegação fiscal. A certa altura da carta, ele pergunta: "o fato de eu estar preso é atribuído a meus antecedentes. Que antecedentes são esses?". A Gazeta do Povo foi atrás das respostas para a pergunta e encontrou no Ministério Público Federal cinco inquéritos policiais, quatro ações penais e uma ação civil pública – esta impetrada pelo Ministério Público Federal de São Paulo.

Das ações penais, há a condenação de novembro de 2004, sem chance de recurso, por não recolher as contribuições previdenciárias de funcionários da federação e as demais – todas por sonegação fiscal – ainda tramitam na Justiça. Dos inquéritos policiais, dois foram arquivados por causa da prescrição, em dois foi inocentado e outro está ainda em andamento. A ação civil pública determinou o fechamento das empresas Top Avestruz no estado de São Paulo.

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