NBA enfrenta efeito colateral da greve

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Deformada, a edição 2011/2012 da NBA começa neste domingo de Natal com 5 das 66 partidas programadas para a temporada regular. Com o calendário prejudicado por um impasse salarial entre equipes e jogadores (leia mais nesta página), a liga norte-americana de basquete terá 16 jogos a menos do que de costume (82). A demora para se chegar a um acordo também inviabilizou a preparação das 30 franquias, que terão de entrar em quadra ainda em fase inicial de trabalho. Ao todo, os jogadores ficaram 149 dias afastados das instalações da NBA.

Além do cancelamento da fase de treinos – nenhum atleta podia se apresentar aos times até que um novo acordo trabalhista fosse assinado –, a greve fez reduzir drasticamente o número de amistosos preparatórios. A previsão inicial, de 114 partidas, caiu para míseros 30 embates – dois por clube. Pouco para garantir o ritmo ideal às equipes.

"[A greve] atrapalha a preparação dos jogadores porque diminui a pré-temporada. Além disso, essa indefinição é ruim psicologicamente para alguns atletas, especialmente os ‘salário-mínimo’. Tecnicamente, o nível das partidas vai cair no início", opinou José Roberto Lux, o Zé Boquinha, comentarista de basquete da ESPN Brasil.

Se por um lado o formato de calendário aprovado pela liga diminuiu o período de trabalho prévio ao torneio, por outro aumentou o ritmo já intenso da competição. O Atlanta Hawks, por exemplo, terá de completar uma maratona de 9 jogos em 12 dias, enquanto o Los Angeles Lakers vai encarar três compromissos em dias consecutivos.

"Apesar de ter menos jogos, será um campeonato mais desgastante. É uma temporada de trombada", complementou Lux, ex-jogador da seleção brasileira de basquete.

A expectativa é que os times que mexeram menos em seus elencos comecem a briga por uma vaga nos playoffs em vantagem, beneficiados pelo entrosamento que faltará aos concorrentes. O Miami Heat já mostrou como isso funciona. Na edição passada da liga, o time causou furor ao reunir o trio Chris Bosh, LeBron James e Dwyane Wade, mas a franquia patinou até entrar nos eixos rumo ao vice-campeonato – na reta final, perdeu apenas para o Dallas Mavericks, por 4 a 2.

Por essa lógica, o próprio Miami, o Oklahoma City Thun­­der e o Memphis Grizzlies de­­vem começar a disputa mais animados.

Mas quem deu o tiro mais certeiro, em tese, na ciranda do mercado de transferências foram justamente os atuais detentores do título. A equipe do alemão Dirk Nowitzki contratou Lamar Odom, considerado o melhor reserva da temporada passada, atuando pelo Los Angeles Lakers. Curinga, o jogador tem tudo para ser muito útil na nova casa.

"Ninguém se reforçou muito, talvez o [L.A.] Clippers com o Chris Paul. O Dallas, sim, ficou mais forte com o Lamar Odom, um cara de confiança que joga para o time. Não é um primor em termos de habilidade, mas faz de tudo um pouco", analisou Zé Boquinha.

Os principais candidatos ao troféu desta temporada entram em quadra logo na largada natalina, a partir das 15 horas (horário de Brasília), quando duelam New York Knicks x Boston Celtics. Na sequência haverá Dallas Ma­­vericks x Miami Heat; Los An­­geles Lakers x Chicago Bulls; Oklahoma City Thunder x Or­­lando Magic; Golden State Warriors x Los Angeles Clippers. "No fim de janeiro já vamos saber quem dará as fichas nesse campeonato. Em um mês será disputado quase um terço do torneio", finalizou Lux.