O admirável mundo da Suburbana

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Bola sendo castigada em campo, poeirão subindo, pernadas para todos os lados, juizão tomando prensa, fumaça de espetinho (de gato?) contaminando o ar, barranco lotado, rivalidade... viva o futebol amador! Começa hoje à tarde, às 15h30, pelos bairros de Curitiba, a Divisão Especial da Suburbana. Serão seis jogos – um deles amanh㠖, doze equipes e regiões da capital iniciando a briga pelo principal título da temporada.

Tradição que há muitos anos movimenta os bairros e seus representantes. E não apenas pela soberania com a bola nos pés. Afinal, estão em disputa o "melhor pão com bife", a torcida mais numerosa e animada, entre outros títulos do ainda romântico futebol amador – outra atração é a chance de ver os juniores das duas equipes disputando as preliminares, sempre a partir das 13h30. Mas se engana quem pensa que a "várzea" ainda domina o cenário.

Muito pelo contrário. Embora todas as características citadas no início do texto ainda estejam presentes (e boa parte da graça está nelas), muita coisa vem mudando na Suburbana. A revolução em nome da modernidade no futebol foi ao subúrbio, e encontrou vários clubes da Divisão Especial, como Trieste, Combate Barreirinha e Capão Raso, já considerados "semiprofissionais".

Naturalmente, os três são os times a serem batidos em 2007. Em especial os "italianos", campeão do ano passado e principal estrutura entre os clubes da Suburbana.

"A expectativa é grande, e estamos confiantes, pois são jogadores que eu conheço. Creio que vamos chegar para decidir", aponta Altevir Sales, técnico do Trieste.

Mas, o Combate vem igualmente forte, contando com a turma de Ivo Petry, formada por, além do treinador, o goleiro Marcelo Valença, o zagueiro Guilherme e o meia Hideo, todos ex-profissionais e campeões com o clube de Santa Felicidade em 2006. "Tenho certeza de que vai ser um campeonato equilibrado, são várias equipes boas", aponta Petry.

O formato de disputa é praticamente idêntico ao do Campeonato Paranaense de futebol profissional. Na primeira fase, os 12 clubes jogam entre si em turno único. Os oito melhores se classificam, e são divididos em duas chaves de quatro, quando brigarão pela passagem para as semifinais e finais. Os dois piores da fase inicial caem para a 1.ª Divisão, e dois ficam no "limbo".

Um ponto importante e novo da Suburbana é a limitação de idade. Neste ano é permitido a inscrição de, no máximo, oito jogadores acima de 28 anos. Solução encontrada pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) para "mudar a cara" da competição, que cada vez mais via em campo times formados basicamente por ex-jogadores profissionais.

A mexida no regulamento promoveu uma revolução nos elencos. Tanto que, entre os técnicos, não há um que fuja do discurso de "time renovado, em formação, vamos tentar a classificação e, a partir daí, ver no que dá".

"Eu assumi há uma semana. Ainda não conheço bem os atletas. Mas acredito que podemos surpreender", revela Marcelo Lêoncio, treinador do Bairro Alto.

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