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Há alguns dias, Luigi Cani estava em um restaurante, no Rio de Janeiro, e aos poucos os garçons foram se aproximando para conversar. Já havia uns doze perto da sua mesa quando veio a pergunta: "Quantas vezes você tentou se matar hoje?" "Como assim? Nunca tentei me matar", respondeu surpreso, apesar de saber não ter convencido a todos. Paraquedista de alta performance, o curitibano, de 38 anos, reconhece que sua imagem sempre estará ligada ao risco.

Homem-Pássaro, como ficou conhecido, costuma dizer que escolheu a carreira sem saber. Quando criança tinha recorrentes sonhos de estar voando – e pesadelos de estar caindo. De office boy a empresário, passando por outras tentativas de trabalho, ele só foi se encontrar mesmo nas alturas, aos 25 anos. Apesar do medo, que sempre existe.

"Eu tinha muito medo. A cada salto eu sofria tanto que tirava coragem não sei de onde. Mais do que a adrenalina, gostava da sensação de superação", revela. "Mas eu pensava que o paraquedismo seria apenas um hobby e que jamais alguém poderia ter aquilo como profissão."

Ele conseguiu. Largou tudo para morar nos Estados Unidos. Treinou para ser dublê e descobriu, ao fazer um curso de vídeo e fotografia, a possibilidade de unir imagens aos saltos.

Sua vida tornou-se uma busca de metas cada vez mais ousadas – e inusitadas. Kani é recordista mundial de velocidade em queda livre, com 552 km/h, testou o menor paraquedas do mundo, voou ao lado de um jato supersônico e percorreu o mundo atrás de novas aventuras. O sucesso das suas empreitadas o levou a parcerias com a mídia e o paranaense tornou-se um showman. Ele cita o salto de moto sobre o Grand Canyon, nos Estados Unidos, realizado em 2006 – e só agora com permissão de transmissão no Brasil – como um dos preferidos.

"Me motiva elaborar novos projetos. É um risco calculado, preciso. Tenho mais de 11 mil saltos e nunca quebrei uma unha", frisa. Sempre atrás de novidades, seu próximo objetivo é saltar do espaço, dentro de uma cápsula, a uma altura de 45 quilômetros e, ao sair da cápsula, tentar ultrapassar a velocidade do som, superior a 1.200 km/h em queda livre. Alguém dúvida?

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