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Mano Menezes, que estreia terça-feira no comando da seleção, teve passagem discreta no pequeno Iraty | Sergio Moraes
Mano Menezes, que estreia terça-feira no comando da seleção, teve passagem discreta no pequeno Iraty| Foto: Sergio Moraes

Lembrança

Churrasco era a alma de "Ti e tu"

Uma pessoa simples, simpática e que morava no mesmo alojamento em que os jogadores do Iraty ficavam hospedados. Há sete anos, o técnico Mano Menezes tinha uma realidade bem diferente da atual.

O treinador da seleção brasileira teve péssimos resultados em campo, mas na hora de fazer churrasco deixou saudades em Irati. Até hoje, Mano é lembrado por torcedores, funcionários e dirigentes.

"Ele [Mano] ganhou até um apelido do nosso vice-presidente [Hélio Saimon]. Só o chamávamos de ‘ti e tu’. Não conseguia falar você", relembra o diretor de futebol Geraldo Campanholi.

Vigoroso zagueiro no futebol amador do Rio Grande Sul, Mano também não dispensava uma pelada do time da comissão técnica nos tempos de Azulão. Os confrontos contra equipes locais foram constantes nos quatro meses de estada no interior paranaense.

"Ele jogava bem. Era um zagueiro firme", recorda George Castilho, na época preparador físico dos juniores iratienses e hoje gerente de futebol.

A simpatia demonstrada pelo substituo de Dunga há sete anos, faz os amigos deixados no Paraná esperarem por um contato do técnico. Paulinhos Alves, supervisor do Azulão na época, está no aguardo de um retorno.

"Mandei uma mensagem [via celular] parabenizando pela chegada à seleção. Ele está na correria né...Qualquer hora da uma ligada", diz o funcionário do Coritiba.

Mesmo quase sem contato com os iratienses, Mano Menezes não perdeu a chance de saborear um borrego [carneiro no rolete] no CT do clube, em Londrina, quando o Corinthians disputou um torneio amistoso no estado, em junho. (RL)

  • Confira como foi a passagem de Mano pelo Iraty

O último fracasso de Mano Menezes no futebol foi no Paraná. Técnico do Iraty na Série C de 2003, o substituto de Dunga na seleção brasileira (estreia no cargo terça-feira, diante dos Estados Unidos, em Nova Jersey) passou pelo Azulão há sete anos com quatro derrotas, um empate e uma vitória.

O desempenho nos quatro meses em que ficou no estado (entre julho e outubro), rendeu eliminação logo na primeira fase da competição nacional como lanterna de um grupo que tinha União Barbarense, União Bandeirante e Grêmio Maringá.

"Ele pegou uma equipe [no Iraty] que não tinha grandes jogadores. Era um time fraco na época e não conseguiu ir bem", avalia Geraldo Companholi, atual diretor do Azulão, em 2003 era apenas torcedor. "Mas já era possível ver que era um técnico com muita liderança e duro com os jogadores", reforça o dirigente.

A contratação de Mano pelo Iraty ocorreu após o treinador ter feito boas campanhas no Rio Grande do Sul. Um ano antes (2002), havia levado o Guarani de Venâncio Aires ao título estadual em uma competição sem a participação dos grandes Inter­­nacional, Grêmio, Juventude e Caxias.

"O Sérgio [Malucelli, presidente do Iraty] foi buscá-lo lá no Sul. Era um técnico que prometia muito, mas infelizmente não foi bem na época", lembra Paulinhos Alves, atual supervisor do Coritiba, ele atuava em Irati na passagem de Mano.

Apesar da fraquíssima campanha, o treinador não perdeu a linha na carreira. Depois de deixar a equipe iratiense, a trajetória do técnico decolou. Do interior paranaense voltou ao Rio Grande do Sul (tinha trabalhado no Guarani de Venâncio Aires e no Brasil de Pelotas) para assumir o XV de Campo Bom.

Na região metropolitana de Porto Alegre, surpreendeu chegando às semifinais da Copa do Brasil de 2004. Foi desclassificado pelo campeão Santo André.

Na mesma temporada, transferiu-se para o Caxias que fazia péssima campanha na Série B. Salvou o time da serra gaúcha do rebaixamento e quase o colocou entre os oito melhores da disputa – na época a competição ainda não era por pontos corridos.

O sucesso começou a cruzar o destino de Mano pra valer a partir de 2005. Comandando o Caxias, eliminou o Grêmio do Gauchão e foi chamado, no meio da Segundona, para reconduzir o Tricolor à Primeira Divisão. Conseguiu em grande estilo. O título veio na inesquecível Batalha dos Aflitos, contra o Náutico, no Recife.

Já famoso, o técnico permaneceu no Estádio Olímpico. Levantou o bicampeonato gaúcho (2006 e 2007) e chegou à final da Libertadores, perdida para o Boca Juniors. Após deixar os gremistas com a vaga de mais uma Libertadores, resolveu aceitar o desafio de reerguer o Corintihians, recém-rebaixado à Série B.

No Parque São Jorge, não parou de colecionar troféus. Ganhou a Segundona nacional mais uma vez em 2008 e no ano seguinte – comandando um time liderado por Ronaldo – conquistou o Paulistão e a Copa do Brasil.

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