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Alex é menor que Cruyff na história do futebol na mesma proporção que o Coritiba é menor que o Barcelona. Mas o peso do que Alex diz no Coritiba é exatamente o mesmo do que Cruyff diz no Barcelona.

Por isso a entrevista de Alex publicada por aqui na quarta-feira repercute tanto no Alto da Glória. Entrevista programada para marcar o início da vida de 100% torcedor do craque no Couto Pereira, por isso publicada no dia do primeiro jogo em casa da temporada – a turma da neura viu uma meticulosa concatenação para desestabilizar o time contra o todo-poderoso Maringá.

Afinal é muito mais fácil reclamar do mensageiro do que analisar a mensagem passada assertivamente por Alex. Vou explicar aos amigos.

Houve um tempo em que todos os grandes talentos do futebol brasileiro ficavam por aqui. Os craques e os ótimos eram titulares dos grandes times do país. Os bons ou se contentavam com a reserva ou iam ganhar a vida em outros clubes. Tempo em que era possível para Coritiba, Atlético, Bahia, Sport e assemelhados montarem um esquadrão somente com reservas de Santos, Flamengo, Corinthians, Palmeiras etc.

Esse tempo já era. Os poucos craques e os ótimos jogadores brasileiros estão lá fora ganhando dinheiro ou jogando em alto nível. Boa parte dos bons também. O jogador que não serve para Santos, Flamengo ou Corinthians, para ser educado, é mediano, e para ser otimista, uma dúvida. Se for para apostar em uma dúvida, que seja o cara da casa, que, se der certo, renderá dinheiro na venda. Dinheiro que permitirá melhorar a captação de jogadores, investir em estrutura, fazer a roda girar. É por isso que não faz sentido trazer Rodolfo se há Dudu e Zé Rafael; trazer Negueba se há Luizinho. Sem falar que o dinheiro gasto com os meninos dos outros pode bancar a vinda de alguém que, de fato, faça a diferença.

A diretoria do Coritiba se elegeu prometendo construir essa diferença. Não põe em prática ao trazer garotos dos outros em detrimento de alguns dos seus. E só conseguirá de fato fazer a diferença quando tiver coragem para romper o ciclo de contratações baratas (ou nem tão baratas) que saem caro para dar espaço aos seus garotos. Alguns, claro, não darão certo. Outros, porém, vão fazer valer a pena e retornar todo o investimento na base. Rafhael Lucas que o diga. Ele não era a primeira opção, mas teve uma boa largada e o seu desempenho precisa servir de estímulo para que o novo comando do Coritiba olhe mais para as suas joias e menos para as bijuterias dos outros clubes.

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