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Juraci Moreira exibe as tatuagens em alusão às duas Olimpíadas que disputou e à que irá disputar na próxima terça-feira: triatleta quer ficar entre o 10º e o 20º lugar. | Jonathan Campos, enviado especial/ Gazeta do Povo
Juraci Moreira exibe as tatuagens em alusão às duas Olimpíadas que disputou e à que irá disputar na próxima terça-feira: triatleta quer ficar entre o 10º e o 20º lugar.| Foto: Jonathan Campos, enviado especial/ Gazeta do Povo

Juraci Moreira Júnior chegou exausto para atender a reportagem da Gazeta do Povo após pedalar por 40 quilômetros pelo circuito oficial da prova olímpica de triatlo, na represa do Parque dos Túmulos Ming, a uma hora do centro de Pequim. O uniforme completamente encharcado de suor. Era quase meio-dia de quinta-feira na China – madrugada no Brasil. A temperatura batia nos 30ÞC, mas a baixa umidade fazia com que a sensação térmica beirasse os 40ÞC.

O calor, na opinião do triatleta paranaense, será o principal problema na prova de terça-feira. "Você se desidrata muito. Já chega à competição com o tanque no vermelho", explica. "E não tem muito o que fazer, a não ser tomar muita água. O problema é que a gente só pode carregar 1,5 litro na bicicleta. O jeito é administrar."

Esta é a terceira vez que Juraci vem a Pequim. O circuito já lhe é familiar. Mesmo assim, fez questão de treinar por mais de três horas no local para relembrar as pequenas sutilezas do percurso. "A cada oportunidade que volto aqui, sinto que fica mais fácil. Isso mostra que estou bem preparado", diz, apontando o que para ele é o principal obstáculo. "Logo depois que termina a natação (1,5 km), você começa a pedalar e já encontra uma subida longa. É doído. Tem de se poupar, ficar meio escondido no pelotão, evitando puxar a corrida."

Classificado para a terceira Olimpíada apenas a poucos dias do prazo final de inscrição, graças à desistência de um atleta austríaco, o paranaense reconhece que não desembarcou no Oriente como favorito. "Terminar entre a 10ª e a 20ª colocação já me deixaria muito satisfeito", conta, para, em seguida, fazer uma ressalva importante: "o triatlo não é igual à natação, que o (americano Michael) Phelps põe dois segundos de vantagem sobre o adversário e ninguém mais tira. O triatlo é traiçoeiro. Nem sempre vence o atleta que fez a melhor preparação, mas sim quem está melhor naquele dia."

O fuso horário, que poderia ser outro empecilho no desempenho do paranaense, está trabalhando a favor. Todo dia, religiosamente, Juraci vai dormir às 20 horas (9 horas no Brasil) e acorda por volta das 4h30 da manhã (17h30). É a rotina que deverá seguir até terça-feira, já que a prova está marcada para as 10 horas em Pequim. "Ainda estou meio perdido. Como o tempo é curto (chegou ao país na terça-feira), vou manter o que venho fazendo. Agora, se a competição fosse à tarde eu estaria bem complicado", revela, antes de guardar a bicicleta e partir para mais 10 quilômetros de corrida. Haja água.

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