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Mais uma vez o grupo se fechou perante as adversidades, “sangrou” e deu a volta por cima. | Jonathan Campos, enviado especial/Gazeta do Povo
Mais uma vez o grupo se fechou perante as adversidades, “sangrou” e deu a volta por cima.| Foto: Jonathan Campos, enviado especial/Gazeta do Povo

Dois títulos mundiais, seis Ligas, duas Copas e, agora, dois ouros olímpicos. O Brasil consagrou, na madrugada de hoje (em jogo realizado após fechamento desta edição), a mais vitoriosa dinastia da história do vôlei mundial. Jamais a modalidade viu um país dominar com tal soberania as principais competições do planeta como a equipe brasileira fez de 2001 para cá. Nomes como Giba, Gustavo, Serginho, Dante, André Nascimento e Bernardinho serão lembrados para sempre como os pilares de um time praticamente imbatível.

O desfecho dourado desta geração, selado pela vitória sobre os Estados Unidos, mostrou uma das faces mais impressionantes desse grupo: o poder de reação e de, apesar do longo domínio, sempre encontrar motivação para continuar vencendo.

Foi justamente contra os americanos que a equipe brasileira sofreu, menos de duas semanas antes da Olimpíada, o mais duro revés da sua trajetória atual. A derrota na semifinal da Liga Mundial não só impediu o time verde-amarelo de conquistar um título importante perante sua torcida como expôs as mazelas comuns a um grupo que, nos último sete anos, conviveu mais tempo entre si do que com as própria famílias.

Surgiram dúvidas quanto à motivação dos jogadores e a capacidade de Bernardinho de fazer o time temido por todos ainda surpreender os adversários. As lesões de Rodrigão (joelho) e Giba (tornozelo e depois ombro) prejudicaram a preparação de duas peças fundamentais. Sem falar na ausência de Ricardinho, fora desde o Pan do Rio. Um peso constante sobre o grupo, maior ainda para os levantadores Marcelinho e Bruno.

Na China, mais dificuldades. A discussão entre Bernardinho e Gustavo por causa de uma bronca do técnico em Bruno durante um treino. A derrota para a Rússia. A contusão de Anderson. A tendinite de Giba... Tudo parecia errado quando o grupo, mais uma vez, se fechou, "sangrou" (como os próprios jogadores gostam de dizer) e deu a volta por cima.

Em uma reunião após o tropeço contra os russos, os jogadores pediram que Bernardinho reduzisse o volume e a intensidade das broncas. O treinador aceitou. "Eles estão melhorando sozinhos. Eu, infelizmente, não consigo mais nada, só dou dicas", afirmou, após o encerramento da primeira fase.

O acordo deu resultado imediato. Um a um, o Brasil derrubou seus adversários na fase eliminatória: China, Itália e Estados Unidos.

Agora, o próximo desafio será manter a equipe no topo com a inevitável renovação. Gustavo já anunciou que deixa o time após os Jogos. Giba pretende ir apenas até o Mundial de 2010. Anderson, André Heller, Marcelinho e Serginho dificilmente terão fôlego para chegar à Olimpíada de Londres. E Bernardinho já afirmou que pretende diminuir o ritmo da sua carreira.

Deixarão uma história inigualável no esporte mundial. E um belo exemplo de como se constrói uma equipe vencedora.

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