• Carregando...
Maurren competia e ganhava corridas dos meninos na infância | Reuters
Maurren competia e ganhava corridas dos meninos na infância| Foto: Reuters

Os Jogos Infantis eram competições tradicionais entre colégios de São Carlos, cidade a 230 km de São Paulo. E a treinadora Josete Silvani Olívio fazia questão que as suas crianças fossem campeãs. Mas num desses torneios, um menino, o melhor velocista da turma, não pôde participar da prova de 100 metros. Perder uma chance de medalha? Nem pensar.

- Molhei e prendi os cabelos dela num boné e coloquei-a para correr entre os meninos. E não foi que ela venceu a molecada toda? - relembra a professora de Educação Física.

Ela a quem a educadora se refere era Maurren Maggi, na época com dez anos de idade. E a corrida não foi a única competição pela qual a futura atleta de ouro do Brasil se passou por um menino.

- Fiz o mesmo em uma competição de ciclismo e ela também venceu. Tudo que ela entrava para competir se dava bem - diz Josete, orgulhosa de ter acompanhado os primeiros passos (ou saltos) de Maurren no esporte.

Na Cemei Cônego Manoel Tobias, em São Carlos, Maurren iniciou no esporte aos sete anos e por lá ficou até os 12. Aprendeu a jogar vôlei, basquete, nadar e ter elasticidade no corpo com a ginástica artística.

Do antigo colégio, Maurren ganhou recentemente uma pista, na qual resolveu homenagear o seu avô, dando o nome de Oswaldo Maggi. Hoje, crianças da escola brincam de dar seus primeiros saltos.

Josete Olívio conta que ainda mantém constante contato com a atleta. Na última sexta-feira (22), enquanto a reportagem do GLOBOESPORTE.COM esteve na casa dos pais de Maurren, no interior paulista, a professora era uma das mais animadas com a conquista da antiga aluna no Ninho do Pássaro, em Pequim.

- É uma emoção muito grande vê-la assim. Foram muitos os desafios, o problema com o doping, a gravidez, separação do marido (o piloto Antonio Pizzonia) - relata.

Também foi a professora a primeira a saber da gravidez de Maggi.

- Ela veio até a escola me contar, desesperada, sem saber o que fazer, pois teria de escolher entre a vida de atleta e a de mãe. Ainda bem que no fim deu tudo certo - diz aliviada.

Até Maurren chegar ao Brasil, na próxima terça, os familiares e amigos vão continuar comemorando a conquista. Sempre com muita cerveja e com a mesa repleta de churrasco.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]