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A romena Cosntantina Domescu entrou sozinho no Ninho de Pássaro, nos metros finais da maratona feminina | AFP PHOTO / NICOLAS ASFOURI
A romena Cosntantina Domescu entrou sozinho no Ninho de Pássaro, nos metros finais da maratona feminina| Foto: AFP PHOTO / NICOLAS ASFOURI
  • Com 38 anos, Constantina fez 2h26m44s e sobrou na corrida, liderando desde o km 19
  • A britânica Liz Yelling, 25º lugar em Atenas,teve uma queda feia. Ela rolou no chão e voltou a correr com escoriações nas costas e arranhões no ombro

A prova mais clássica do atletismo, em sua versão feminina, teve a romena Constantina Domescu como sua inquestionável vencedora. Ela entrou no Ninho de Pássaro sozinha, altiva, e ainda aumentando o ritmo, como se estivesse começando a corrida naquele momento. Com 38 anos, ela fez 2h26m44s e sobrou na corrida, liderando desde o km 19. A grande emoção ficou para a disputa da prata e do bronze, decididos somente nos últimos dez metros. Segundo lugar para Catherine Ndereba com 2h27m06s e terceiro para a chinesa Zhou Chunxiu, um segundo depois. A brasileira Marily dos Santos, chegou na 51ª posição com o tempo de 2h38m10s.

A prova começou logo com uma surpresa. Uma das favoritas ao título, a americana Deena Kastor, bronze nos Jogos de Atenas, sofreu um pisão no "bolo" do começo de corrida e logo aos 5km de disputa, não agüentou a dor e desistiu. Aos 29 minutos de corrida, as atletas corriam a 3m35s por km e a única brasileira na maratona, Marily dos Santos, que trabalhou na roça desde os cinco anos de idade, estava posicionada no pelotão de elite. Aos 9km, a britânica Liz Yelling, 25º lugar em Atenas, se destacava um pouco das outras atletas, mas uma queda muito feia, chegando a rolar no chão, fez ela voltar com escoriações nas costas e arranhões no ombro. Marily a esta altura era a 11ª colocada.

Com 42 minutos as corredoras passaram pela Cidade Proibida lideradas pela atleta do Lesoto, Mamorallo Tjoka, que corria com um grande terço em seu pescoço, e foi a protagonista por algum tempo na prova, já que parava, com dores na perna direita, ficava para trás, e voltava ao pelotão da frente, até desistir por completo. Logo em seguida começou a chover em Pequim e a recordista mundial, desde 2003, a britânica Paula Radcliffe, assumiu a frente. Marily dos Santos a esta altura corria junto com uma das favoritas, mas longe das líderes, a queniana Catherine Ndereba, prata em atenas. Na frente da disputa, Lyz Yelling parecia acordar depois de sua queda.

Aos 20km, com uma hora e oito de prova, a romena Constantina Tomescu, de 38 anos, assumiu a ponta e disparou. Um quilômetro mais tarde, uma curiosidade. Paula Radcliffe não teve qualquer pudor em se abaixar no cantinho da pista para fazer um xixi bem rápido, logo voltando e indo para cima do pelotão da frente novamente. Isso sem contar com Constantina Tomescu. A romena assumiu a prova e com 25km de corrida, abriu 32 segundos. A distância só aumentava. Subiu para 44 segundos e com 1h46m já era de praticamente um minuto. Marily dos Santos não fazia uma prova muito boa e dez minutos mais tarde, com quase duas horas, ela ocupava somente o 44º lugar.

A partir daí eram os gatos correndo atrás do rato. Duas quenianas, Martha Komu e Catherine Ndereba, e as chinesas Zhou Chunxiu e Zhu Xiaolin, além da russa Irina Timofeeva e da outra romena Lidia Simon, tentavam chegar perto de Tomescu. Mas a realidade parecia ser outra. Os cones já estavam sendo colocados no Ninho de Pássaro para a entrada triunfal da veterana Tomescu. A briga ficou pelos dois outros lugares no pódio, e com uma grande emoção. A queniana Ndereba e Zhou Chunxiu disputaram até os últimos metros a prata, e o Quênia chegou na frente no último momento. Um final espetacular, digno dos Jogos Olímpicos.

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