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Thiago Pereira chegou a Pequim como maior nome da natação brasileira. Oito medalhas no Pan do Rio (seis ouros e dois bronzes), recorde mundial em piscina curta no ano passado. O nadador ideal para interromper o jejum de 12 anos sem medalhas olímpicas do país em provas individuais. Pois Thiago vai deixar a China sem medalha e como coadjuvante de César Cielo.

Ele desperdiçou a última chance de pódio na noite de quinta-feira, ao terminar em quatro lugar os 200 m medley. Seu tempo, 1min58s06, foi oito centésimos pior que a marca nas eliminatórias. Já havia sido assim na final dos 400 medley, quando ficou em oitavo, também abaixo do tempo registrado na classificação. Reflexo da pressão por resultado? Thiago discorda.

"A pressão não atrapalhou em nada. Tenho mais é que agradecer esse apoio das pessoas que me paravam na rua e pediam a medalha. Que continuem torcendo por mim", afirmou.

Mas alguma coisa houve de errado. Afinal, o nadador mais badalado do país simplesmente não apareceu na piscina. Forçou demais na hora errada, "morreu" no final e teve, no fim, de voltar atrás, admitir que não há ninguém em Pequim capaz de bater Michael Phelps.

Após a primeira derrota para o norte-americano – e para todos os outros nadadores da final dos 400 medley – o brasileiro havia dito, com um ar um pouco petulante, que não acreditava nos oito ouros que Phelps afirma que ganhará.

Ontem, depois de ficar no vestiário sozinho, pensando no que poderia ter dado errado, foi contundente ao afirmar que o adversário ganhará as medalhas que faltam com facilidade. Também disse se sentir muito orgulhoso de estar na piscina em momento tão importante para a história do esporte mundial.

"Essa Olimpíada está sendo uma das mais difíceis da história, se não a mais difícil. O Phelps vai ganhar os oito ouros com certeza. Não foi nada fácil (os Jogos)", disse, para depois comemorar a presença. "Daqui 20, 30 anos, vai ser legal lembrar de ter participado desse grande momento. Chega a ser um privilégio."

Thiago Pereira chegou a brigar pela medalha de bronze até metade da última perna da prova, quando perdeu força. Perguntado se faria alguma coisa diferente, respondeu que não.

"Nadei bem. Farei tudo igual. Pois simplesmente não dava. Saí da piscina exausto. Não conseguia nem andar direito."

O brasileiro foi o último a sair da água. Por muito tempo olhou o placar eletrônico, pensou em sua marca. Depois baixou a cabeça, decepcionado. No fim, resumiu: "Agora é voltar aos treinos e esperar mais quatro anos."

Uma resposta semelhante à dada em Atenas, quando ficou na quinta colocação em sua principal prova.

Novo, com apenas 22 anos, Thiago tem condições de subir pelo menos mais uma posição em Londres-2012. Mas para isso, algo na sua atitude precisa mudar.

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