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Estádio Olímpico, começa hoje
a abrigar provas | Francois Xavier/ AFP
Estádio Olímpico, começa hoje a abrigar provas| Foto: Francois Xavier/ AFP

Modalidade nobre e que mais distribui medalhas nos Jogos Olímpicos, o atletismo começa hoje as atividades em Londres, às 6 horas (de Brasília), com a primeira rodada do arremesso de peso masculino. Com ele, deve ter início, também, uma participação mais efetiva do esquecido continente africano na Olimpíada, sobretudo nas longas provas de velocidade (800 metros rasos) e de resistência (maratona).

Até agora, toda a África soma tímidas quatro medalhas na competição: três ouros da África do Sul (dois na natação e um no remo) e uma prata do Egito, na esgrima, que pode, aliás, ser considerada uma surpresa – foi a primeira medalha de um atleta africano no esporte. Elas representam apenas 1,4% do quadro de medalhas geral (ver mais nesta página).

Na última edição dos Jogos, em Pequim-2008, foi o atletismo que garantiu a maior parte das 40 medalhas conquistadas pelos países do continente, 28 no total ou 70%. Considerando todas as categorias, a modalidade teve 141 atletas no pódio – entre eles os 28 africanos (15,86%).

Ainda que, ao final da última Olimpíada, a participação do continente no quadro geral tenha se resumido a modestos 4,18%, as conquistas do atletismo pesam – e muito, com quase três pontos porcentuais – num universo de 957 medalhas que foram distribuídas na China.

Quênia (15.º) e Etiópia (18.º) foram os melhores colocados da África em Pequim. Mais do que coincidência, todas as 14 medalhas quenianas e as sete etíopes foram conquistadas nas pistas, o que indica que, a partir de hoje, a maior competição esportiva do mundo deve ter novos, rápidos e, muitas vezes, incansáveis personagens.

Entre eles, o queniano David Rudisha, 23 anos, atual campeão mundial e recordista nos 800 metros, com a marca de 1min41s01. O atleta faz sua estreia nos Jogos. Machucado, ele não conseguiu competir em Pequim.

"Como líder, quero ser um guerreiro na Olimpíada", disse o corredor à agência Reuters. Filho de medalhista olímpico – seu pai, Daniel, ganhou uma prata em 68, na Cidade do México –, Rudisha acrescenta: "Seria a primeira medalha de ouro para a minha tribo, os Maasai. É o melhor momento para eu conquistar esse feito e satisfazer a todos."

Além de modesta, a participação da África nos Jogos de Londres tem uma peculiaridade: dos quatro pódios conquistados até o momento, apenas um teve a participação de um negro, com o remador sul-africano Sizwe Ndlovu, o primeiro da raça na modalidade. Comparativamente, em Pequim, os negros foram responsáveis por 70% das medalhas obtidas pelo continente africano.

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