• Carregando...
O pedido de silêncio aos críticos. À direita, Yohan Blake, medalha de prata. À esquerda, Warren Weir | Lucy Nicholson/Reuters
O pedido de silêncio aos críticos. À direita, Yohan Blake, medalha de prata. À esquerda, Warren Weir| Foto: Lucy Nicholson/Reuters
  • O beijo no chão após a conquista

Usain Bolt não se contentou em cruzar a linha de chegada ordenando "silêncio", com o dedo indicador à frente dos lábios. Adiante, deitou na pista e puxou algumas flexões de braço. Assim, tirando onda e aniquilando os rivais, o jamaicano tem escrito a história de maior velocista de todos os tempos. Comprovou a façanha sendo o primeiro bicampeão nas duas provas mais rápidas dos Jogos, os 100 e os 200 metros rasos.

Ontem, faturou a medalha de ouro nos 200 metros. Reprisou o feito de Pequim-2008 e tornou-se o único corredor a triunfar na prova em duas edições seguidas dos Jogos. Al­­cançou o que os americanos Carl Lewis e Michael Johnson, outros mitos do esporte, não conseguiram. "Isso é o que eu vim fazer. Agora eu sou uma lenda e quero curtir. Sou também o maior atleta vivo. Estou na mesma categoria de Michael Johnson. Estou honrado. Tudo era Michael Johnson para mim. Eu cresci o vendo quebrar recordes", sentenciou o jamaicano.

Provocado sobre o que é ser uma lenda, respondeu: "Muitos podem dizer que sou da categoria de um Michael Jordan [gênio do basquete], Muhammad Ali [do boxe], por eles serem os melhores no que faziam. Mas prefiro que as pessoas digam". Da mesma forma, evitou a comparação com Bob Marley. Falecido em 1981, o cantor jamaicano é considerado até hoje o principal artista do Terceiro Mundo.

Ontem, foi a segunda dobradinha dele nos Jogos de 2012. No último domingo, o corredor também foi bicampeão nos 100 metros. E fez mais, batendo o recorde olímpico, dele mesmo, baixando de 9s69 para 9s63.

Nesta quinta-feira, o bônus não foi possível. Os 200 metros foram concluídos em 19s32, somente dois centésimos acima do recorde olímpico, de 19s30, atingido por ele em Pequim. E o desejo de Bolt era ter derrubado outro título seu, o recorde mundial de 19s19. "Eu sabia que poderia ser um recorde mundial porque quando eu saí da curva, senti que ele chegaria. Queria realmente ter conseguido, mas foi difícil. Senti uma dor nas costas que me atrapalhou", avaliou o esportista de 25 anos.

O pódio foi todo jamaicano, confirmando o domínio do país caribenho nas disputas de velocidade. Yohan Blake pôs a prata no peito, cravando 19s44. Warren Weir fez em 19s84 e ficou com o bronze. Ao término da competição, o locutor oficial do evento anunciou: "Será uma noite e tanto em Kingston [capital da Jamaica]".

"Toda a glória vai para a nossa nação. É um sentimento incrível ter um, dois, três vencedores. Palavras não conseguem explicar como eu me sinto", declarou Weir. "É um momento especial", complementou Blake.

Bolt ainda correrá o revezamento 4x100 metros. As eliminatórias começam hoje, às 15h45, e a decisão será amanhã, às 17 horas, ambas no horário de Brasília. No evento chinês, o velocista ficou com esse ouro também.

Aposentadoria?

Usain Bolt foi muito honesto ontem quando questionado sobre a possibilidade de tentar o tri olímpico no Rio-2016. "Esses caras vão estar com 26. Eu, com 30", disse, apontando para Yohan Blake e Warren Weir. "Nos próximos anos, Yohan Blake vai estar tocando fogo nas pistas. Acho que vai ser melhor parar antes que ele [Blake] comece a correr tão rápido. Eu me imagino fora das pistas quando chegar aos 30 anos", cravou Bolt.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]