Brasil nunca esteve tão forte

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Os Jogos de Londres podem ser um marco para a natação brasileira, que será liderada pelo recordista mundial e campeão Cesar Cielo. Vejo o grupo como um dos mais, ou melhor, como o mais bem preparado da história, o que deve ser traduzido em finais e medalhas. A explicação para isso é simples: os índices para carimbar o passaporte foram fortes e o Brasil conta com uma equipe que mescla experiência e juventude. Mas vale o alerta: como ninguém ganha de véspera, nosso time tem que dar o máximo para que as conquistas se concretizem.

Pelas minhas contas, o grupo "brazuca" disputa quatro medalhas nas piscinas de Londres. O velocista Cesar Cielo é favorito nos 50 m livre para o bicampeonato. Nos 100 m livre, o Cesão vai forte, mas os adversários também estão em um bom momento, deixando a ordem do pódio imprevisível. O atleta de Santa Bárbara d’Oeste já tem duas medalhas olímpicas e está pronto e motivado para repetir o bom desempenho. Nos 200 m medley, o Thiago Pereira tem tudo para ganhar uma medalha competindo em igualdade de condições com Michael Phelps e Ryan Lochte. Será a terceira Olimpíada dele, que tem apenas 26 anos e cada vez mais domínio e fôlego nos quatro estilos. O peitista Felipe França vai botar pressão nos 100 m nado peito e o revezamento 4x100 m tem um tempo de balizamento forte.

Em Atlanta (1996) foram três medalhas e dessa vez temos tudo para ampliar a coleção de pódios. Para que a minha previsão se concretize, o grupo precisa ficar atento ao lado emocional e psicológico. Essas variáveis não mudam. Foi assim comigo desde Barcelona (1992) e será em Londres (2012). A confiança é algo muito importante nesta hora de decisão. Durante muito tempo (quatro anos) os atletas treinaram e focaram neste objetivo tão grandioso, e em questão de segundos, tudo termina.

Os adversários, é claro, não marcam bobeira. Os EUA vêm forte, como sempre, e o Michael Phelps está em alta, assim como o Lochte. Nas provas de velocidade, os australianos são sempre finalistas e candidatos às medalhas. E a armada francesa também deve brigar por medalhas em Londres.

*Gustavo Borges foi prata nos 100 metros livre na Olimpíada de 1992, em Barcelona, e nos 200 livre, em Atlanta 96. Ele participou de quatro Jogos (1992 a 2004), conquistando um total de quatro medalhas.