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Kosuke Hagino, Ryan Lochte e Thiago Pereira no pódio dos 400 m medley nos Jogos de Londres | Leon Neal/ AFP
Kosuke Hagino, Ryan Lochte e Thiago Pereira no pódio dos 400 m medley nos Jogos de Londres| Foto: Leon Neal/ AFP

"Prova de m..."

Abatido pelo quarto lugar, Michael Phelps foi o primeiro a chegar à zona mista para falar com os jornalistas. "Estou um pouco frustrado, não me senti bem. Claro que não é o início de competição que esperava, mas seguirei em frente", disse. O nadador de Baltimore admitiu que teve "sorte" de poder se classificar para a final. "Quando vi que cheguei em quarto, não podia fazer nada. Foi uma prova de m...", afirmou. Já Ryan Lochte estava eufórico. "Estou preparado para dominar estes Jogos".

O nadador Thiago Pereira se despediu em grande estilo dos 400 metros medley – prova na qual promete nunca mais disputar. Não só pela medalha de prata, mas por superar sem percalços uma lenda das piscinas: Michael Phelps, detentor de 14 ouros e 16 pódios olímpicos.

Com o tempo de 4min08s86, o brasileiro também rompeu com o estigma de que só brilhava em Jogos Pan-Americanos, disputa em que é conhecido como "Senhor Pan" por ser o atleta recordista do país em medalhas: 12 no total.

O ouro ficou com o americano Ryan Lochte (4min05s18), com quem Phelps – que terminou em 4.º (4min09s28) – vinha rivalizando nos últimos anos. O bronze foi para o japonês Kasuke Hagino (4min08s94).

Após participar dos Jogos em 2004 e 2008, Pereira afirma que chegou nesta Olimpíada mais relaxado para a disputa, sem pressão por resultados. "Cheguei sabendo que fiz o meu melhor nos treinos e que se a medalha viesse ou não, eu sairia com a consciência tranquila", comentou após a prova.

A prata obtida no Centro Aquático de Londres tem ainda outro motivo de orgulho para o nadador de 26 anos. Pereira a conquistou justamente com dois dos três competidores com quem mais teve que se defrontar nas provas de medley nos últimos anos.

"Muita gente me pergunta se eu não gostaria de fazer parte de outra geração de medley. Eu respondo que não, porque tenho orgulho de participar da evolução da prova com eles. E também sempre disse que preferia medalha em cima de algum deles do que sem eles na prova", afirma, citando, além de Lochte e Phelps, o húngaro Lazlo Csech, que ficou com três pratas e um bronze em Pequim, mas não chegou à final em Londres.

Sobre o trio, Pereira diz que por causa da qualidade técnica deles que a medalha olímpica demorou a vir, enquanto as dos Pans brotavam. "Sempre tentei explicar que há muita diferença entre Pan e Olimpíada. As pessoas pensavam que era muito fácil chegar aqui e ganhar deles", enfatiza.

O resultado na prova eliminatória de manhã, em que garantiu vaga na final dos 400 metros medley e na qual já havia ficado à frente de Phelps, foi – segundo o brasileiro – essencial para Pereira levar a prata.

"Foi uma prova inteligente, que me fez vir bem mais confiante para a final. Encaixou na hora que tinha que encaixar", ressalta o nadador, que antes de disputar a prova dos 200 metros medley (quarta-feira e quinta-feira), deixou um recado para a torcida: "Nos 400 foi a última vez. Quem viu, viu. Quem não viu, já era", disse após a conquista.

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