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Marcação faz Mano barrar Hulk da final

O técnico Mano Menezes pre­­feriu não revelar a equipe do Brasil que entra em campo diante do México, hoje, para a decisão da medalha de ouro, em Wembley. A tendência, no entanto, é de manutenção da formação que venceu a Coreia do Sul, por 3 a 0, nas semifinais do torneio olímpico.

Assim sendo, o lateral-esquerdo Alex Sandro seguiria entre os titulares, no lugar do atacante Hulk, com a missão de proteger o lado esquerdo brasileiro, vulnerável nos primeiros jogos. Nas demais posições, nenhuma novidade. "Não vou antecipar, já deixei claro que não faria", resumiu Mano, ao ser questionado sobre os eleitos para o confronto importante.

Após ter garantido a classificação em Manchester, na última terça-feira, os brasileiros tiveram pouco tempo para a preparação. Na prática, realizaram apenas um treinamento, na quinta-feira, já em Londres. "Devemos fazer no último dia o que fizemos até aqui. Isso é o que difere o ganhador. Fazer no momento decisivo o que o levou até lá. Os últimos ajustes foram feitos e buscamos fortalecer mentalmente os atletas", reve­­lou o gaúcho.

Não há taça para o time vencedor do torneio de futebol na Olimpíada. Mas, se existisse, e em caso de vitória do Brasil diante do México, hoje, às 11 horas (de Brasília), o caneco seria entregue a um capitão legítimo, o zagueiro Thiago Silva, de 27 anos.

Em Londres, o recém-contratado do Paris Saint-Germain por 46 milhões de euros (cerca de R$ 115 milhões) tem sido tão atuante fora quanto dentro do gramado, onde é o esteio da defesa brasileira. Líder natural, ele já influenciou na escalação, deu preleção e virou a voz "oficial" do grupo.

"É um capitão que tecnica­mente se sobrepõe por sua capacidade. Eu o sinto muito empenhado em ajudar os compa­­nheiros, mostrar os caminhos. Ele valorizou muito essa seleção que aqui está", define o técnico Mano Menezes.

Thiago tem trânsito livre com a comissão técnica. A tal ponto de ter participado ativamente de duas alterações importantes promovidas por Mano durante os Jogos, as entradas do goleiro Gabriel e do lateral-esquerdo Alex Sandro, ex-Atlético, que vem jogando como volante.

O primeiro substituiu outro ex-rubro-negro, Neto. O motivo: o arqueiro não conseguiu transmitir confiança quando foi titular, nas partidas contra Egito e Bielorrússia.

A outra mexida ocorreu após o defensor revelar abertamente o temor com a falta de prote­­ção pelo lado esquerdo da equipe. Thiago chegou a discutir rispidamente com Juan, zagueiro responsável pela tarefa. Os ânimos se acalmaram com Alex Sandro no lugar de Hulk para reforçar o setor.

Thiago Silva conseguiu ainda romper outra barreira. Jogador muito próximo do treinador geralmente acaba taxado de "traíra" pelos companheiros. Pecha que não cola na cria do Fluminense. No ambiente verde e amarelo, o Monstro – apelido pelo qual é chamado, no bom sentido, claro – desfruta de admiração geral.

"Ele é um jogador experiente. Um dos melhores zagueiros do mundo. Todos respeitam o Thiago, o que ele fala todo mundo escuta. Ele também é tão gente boa que todo mundo tem a ganhar com o que ele diz", elogia o lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid, também forjado nas Laranjeiras.

Um episódio, em especial, marcou até então a estadia do Brasil na Grã-Bretanha. Thiago e Marcelo – dois dos jogadores acima dos 23 anos convocados, o outro é Hulk – são os únicos com vivência olímpica, graças à participação em Pequim-2008.

Antes do compromisso pelas quartas de final, ante Honduras, o camisa 3 usufruiu desse histórico para motivar os colegas. Levou para o vestiário o bronze conquistado na China e sentenciou: "Não quero parar por aqui. Quero muito mais".

A provocação incendiou os atletas que, agora, brigam pelo inédito ouro. "Mexeu muito com a gente", crava o atacante Neymar.

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