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Alison e Bruno com as medalhas conquistadas no Rio de Janeiro. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Alison e Bruno com as medalhas conquistadas no Rio de Janeiro.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Após ficar com a prata nas duas últimas Olimpíadas, o Brasil voltou ao lugar mais alto do pódio no vôlei de praia masculino na madrugada desta sexta-feira (19). Alison e Bruno Schmidt venceram os italianos Paolo Nicolai e Daniele Lupo na decisão da Rio-2016 e se tornaram a segunda dupla brasileira masculina a conquistar o ouro. Desde Atenas-2004, com Ricardo e o paranaense Emanuel, uma equipe do país não vencia o torneio.

Debaixo de garoa, o capixaba Alison e o brasiliense Bruno Schmidt fizeram por 2 sets a 0 (parciais de 21/19 e 21/17) em cima da dupla da Itália. Tanto quanto a atuação em quadra, os campeões olímpicos contaram com o apoio da torcida na Arena de Copacabana – o Maracanã do vôlei de praia, como frisou Alison após se classificar na semifinal.

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Os brasileiros começaram tensos a disputa. Cometeram erros bobos e permitiram aos italianos abrir vantagem de 5 pontos logo no começo. Mas depois a equipe se apegou à vibração de Alison e à frieza de Bruno para chegar a equação certa e venceu por 21 a 19, com destaque para os três bloqueios de Alison.

No segundo tempo, Brasil e Itália foram revezando a vantagem. Até que Mamute e o Mágico, como são conhecidos Alison e Bruno Schmidt, encaixaram as jogadas. No último ponto, aflição da torcida, já que a medalha foi definida na decisão do juiz, que marcou dois toques no bloqueio italiano.

A dupla brasileira comemorou muito a conquista pelas críticas que passaram até o ouro. Alison foi questionado por ter sido derrotado na decisão de Londres-2012, quando atuava ao lado de Emanuel. Além disso, o jogador capixaba teve de passar por cirurgias antes da Olimpíada.

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Já Bruno teve a baixa estatura para a modalidade, 1,85m, questionada várias vezes ao longo da carreira. Além disso, os dois perderam a segunda partida da Rio-2016 para a dupla austríaca, o que levou a mais questionamentos.

Peso histórico

O ouro brasileiro em Copacabana tem um peso simbólico. Foi nas praias do Rio de Janeiro que o vôlei de praia deixou de ser uma simples variação do vôlei de quadra para se tornar uma modalidade de fato.

O vôlei de praia surgiu nos EUA, nas praias da Califórnia, na década de 20, jogado com seis jogadores, assim como na quadra. Já na década de 30 era jogado nas areias de areias de Copacabana e Ipanema, quando foram disputados os primeiros torneios amadores no Brasil. Entre as décadas de 40 e 50, os frequentadores das praias da zona sul carioca começaram a jogar em duplas, para dar mais agilidade à partida. Entretanto, até os anos 80, a prática era mais uma recreação do que esporte.

O panorama mudou em 1986. A disputa do Hollywood Volley nas praias de Santos e Copacabana, torneio que reuniu estrelas do vôlei de praia do Brasil e EUA finalistas do vôlei de quadra nos Jogos de Los-Angeles-1984, como Renan e Montanaro, catapultou o esporte, levando a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) a oficializá-lo. O primeiro Mundial foi disputado no ano seguinte, na praia de Ipanema.

  • Caiu muita chuva na Arena de Copacabana, mas nem isso atrapalhou o clima de expectativa pelo quinto ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Alison e Bruno Schmidt até começaram nervosos a partida, mas não perderam a chance de subir no lugar mais alto do pódio. Alison, o Mamute, já havia sido derrotado na final em Londres-2012, ao lado do paranaense Emanuel, e não queria repetir o sofrimento. Veio o título. E sem sustos. Confira imagens da noite dourada do Brasil na areia carioca.
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