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Robson Conceição tem a vitória apontada pelo árbitro no ringue carioca: conquista histórica. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Robson Conceição tem a vitória apontada pelo árbitro no ringue carioca: conquista histórica.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Dez lutas. Dez derrotas. Esse foi o início de Robson Conceição no boxe, ainda na adolescência, quando decidiu aprender o esporte para não apanhar nas ruas de Boa Vista de São Caetano, bairro pobre de Salvador, onde nasceu e foi criado. “Pensa no que apanhei...”, relembra o baiano, pouco depois de fazer história no Pavilhão 6 do Riocentro.

Aos 27 anos, ele se tornou o primeiro boxeador brasileiro a subir ao lugar mais alto do pódio nos Jogos, na categoria peso-leve (até 60 kg). Por decisão unânime, derrotou o francês Sofiane Oumiha, seis anos mais jovem, em sua quarta e decisiva luta na Rio-2016. “Se desistisse, não seria campeão olímpico hoje”, reforça o lutador.

GALERIA: veja fotos da vitória de Robson Conceição na final da categoria peso-leve

A resiliência é uma das características mais marcantes do novo campeão olímpico. Após fracassos em Pequim-2008 e Londres-2012 –perdeu na estreia em ambas as edições –, continuou focado na carreira. Obcecado por treinos, obteve os melhores resultados de sua vida nos últimos quatro anos. Em 2013, por exemplo, foi vice-campeão mundial.

‘Tapetão’ marcou trajetória de Robson Conceição até o ouro olímpico no boxe

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A maior parte da preparação olímpica ocorreu na academia Champion, do técnico Luiz Dórea, em Salvador, onde treina desde os 15. Porém, quando desembarcou no Rio para treinar no centro de capacitação física do Exército, na Urca, no dia 17 de julho, aumentou a dose de rigidez na rotina e na concentração.

“Me desliguei de redes sociais, de tudo. Nem nos pins que recebi para trocar eu peguei. Isso fez muita diferença”, diz.

A terça-feira (16), começou normalmente, mas terminou única. O lutador disse que fez um bom café da manhã, depois almoçou e descansou na Vila Olímpica até a hora de subir no ringue.

Foi recebido aos gritos de ‘o campeão chegou’, aplaudido de pé pelo ginásio lotado. O barulho era ensurdecedor, principalmente quando os torcedores batiam o pé nas arquibancadas de metal. “Uma adrenalina incrível”, resumiu o orgulho de Boa Vista de São Caetano, que fez seu trabalho de maneira impecável.

Estratégia

A tática era desferir três ou quatro golpes para cada um recebido. E a meta foi cumprida até com tranquilidade. O francês só incomodou no último round, em larga desvantagem. Àquela altura, o ouro já tinha dono. “Fiz história, mas são anos de dedicação e trabalho duro”, relata o baiano, ainda sonhando acordado. “Ainda não acordei e jamais quero acordar”.

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