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Carlos Arthur Nuzman afirmou que COI vai aumentar a informação sobre a ausência de risco. | Yasuyoshi Chiba/AFP
Carlos Arthur Nuzman afirmou que COI vai aumentar a informação sobre a ausência de risco.| Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

O Comitê Rio-2016 apresentou “provas” ao COI de que o vírus da zika não será uma ameaça à saúde pública e disse que não se justifica um adiamento ou cancelamento dos Jogos Olímpicos, como pedido por um grupo de 150 profissionais de saúde na semana passada. Numa reunião nesta quinta-feira em Lausanne, na Suíça, o presidente do Comitê, Carlos Arthur Nuzman, apresentou um gráfico à cúpula do movimento olímpico indicando a queda na incidência de dengue no período de inverno no Brasil, uma tendência que pode ser seguida pelo zika por conta de ser transmitida pelo mesmo mosquito.

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Além disso, os brasileiros anunciaram que iniciarão uma campanha para informar ao mundo sobre a inexistência do risco e, no encontro com o COI, usaram ainda declarações de Neymar, Rafael Nadal, Usain Bolt e outros astros para insistir que não existe risco.

Nas últimas semanas, o Comitê Rio-2016 e o COI passaram a ser pressionados por cientistas e por um grupo de atletas questionando o evento no Brasil diante do vírus da zika. “Vamos aumentar a informação”, admitiu Nuzman, que aproveitou para agradecer aos atletas que deram declarações favoráveis aos eventos. “Esses heróis apoiaram o fato de que não existe risco. Mas entendemos que precisamos explicar mais”, disse o brasileiro.

Nuzman, numa coletiva de imprensa em Lausanne, insistiu que “não há risco à saúde pública com o zika” e repetiu a frase em duas ocasiões. A versão se contradiz com a mensagem passada pela OMS de que o vírus é uma ameaça global. Questionado pela reportagem sobre a declaração, o Comitê Rio-2016 ponderou que ela se referia ao fato de que o risco não justificaria o cancelamento dos Jogos.

Na OMS, a entidade explica que, ainda que seja um risco, o vírus não será impedido de circular pelo mundo apenas por conta do cancelamento dos Jogos no Rio e que o impacto seria “limitado”. A manutenção dos Jogos, na avaliação da OMS, não se dá por conta da ausência do risco. Mas sim por conta do fato de que a transmissão pode continuar, mesmo com o evento cancelado.

GRÁFICO - No esforço de desfazer todas as dúvidas, um gráfico apresentado por Nuzman indicou como, nos meses de inverno no Brasil, a taxa de dengue é fortemente reduzida. Os dados de 2010 a 2013 indicam que os números caem de até 36 mil casos em abril para cerca de mil em julho e agosto. “No inverno é diferente”, insistiu o brasileiro.

“Vamos fazer uma campanha pública com informações”, explicou o diretor de Comunicações, Mario Andrada. Segundo ele, a OMS, o Centro de Controle de Doenças dos EUA e A Fundação Oswaldo Cruz também insistem que não existe “risco para a saúde dos atletas”. “Tivemos 44 testes, com 7 mil atletas e nenhum caso de zika”, apontou Andrada.

MULHERES - Apesar de insistir que estrelas mundiais estão confiantes de que o zika não é uma ameaça, Nuzman foi questionado pela imprensa internacional sobre o fato de que, até agora, nenhuma mulher que participará do evento tenha saído publicamente defendendo a ausência de risco.

Andrada admitiu que a doença tem sido “cruel” com as mulheres. Segundo ele, a decisão de ir ao Rio para essas mulheres é algo “pessoal”. “Cabe a elas decidirem em sua privacidade” completou.

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