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Ostapenko deixa o Brasil para assumir a seleção da Bielorrúsia. | Ricardo Bufolin/CBF
Ostapenko deixa o Brasil para assumir a seleção da Bielorrúsia.| Foto: Ricardo Bufolin/CBF

O difícil momento econômico vivido pelo Brasil está sendo sentido no esporte. Com pouco menos de oito meses para o início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a ginástica artística sofre um baque. O técnico ucraniano Oleg Ostapenko, que coordenava o Centro de Excelência de Ginástica (Cegin), em Curitiba, está deixando o país e deve seguir rumo à Bielorrússia, onde deve assumir posição central na reconstrução da modalidade no país europeu.

Ostapenko e a esposa Nadja são responsáveis pela revelação da maior geração de ginastas do país. Sob seu comando, entre 2002 e 2008, a seleção brasileira revelou nomes como Daiane dos Santos, bicampeã mundial no solo, e Jade Barbosa, medalha de bronze no geral individual no Mundial da Alemanha, em 2007, e classificou pela primeira vez a equipe feminina completa para os Jogos Olímpicos, em Atenas-2004.

“A situação econômica está bastante difícil e as empresas passaram a não contribuir com o que contribuíam antes. Esse é o reflexo da crise”, afirma a a diretora do Cegin, Eliane Martins.

O salário de Ostapenko era dividido entre o Cegin e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) desde 2011, ano em que o ucraniano retornou ao Brasil após três anos comandando a seleção juvenil da Rússia. O COB tinha uma renda fixa para o centro, que capta o restante dos recursos necessários para manter o programa pela Lei de Incentivo ao Esporte.

“Não conseguimos captar todo o dinheiro que precisa para manter o projeto, então tivemos que fazer vários cortes. Médicos, supervisores, competições internacionais, tivemos que cortar muitos itens, e um deles foi o Oleg, que tinha o maior salário”, lamenta Eliane.

Para a diretora, a saída do técnico será sentida por toda a modalidade, não só pelos atletas que treinam no Cegin. “A saída é muito ruim para a ginastica brasileira. Ele treina meninas com possibilidades de participar da Olimpíada e fazer um bom papel. É um treinador com muita experiência, tem uma visão muito boa do nível e do potencial das ginastas”, ressaltou.

Em nota, o COB afirma que procurou o técnico para tentar mantê-lo no Brasil e que a troca pela Bielorrússia foi uma decisão pessoal de Ostapenko. O COB diz também que o Brasil tem outro treinador, o russo Alexander Alexandrov, e que aposta na participação de técnicos brasileiros para compensar a saída do ucraniano.

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