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Londrinense Paulo Turci trabalha na fábrica de caminhões da Volvo há 28 anos e apitará  a Olimpíada pela primeira vez no Rio. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Londrinense Paulo Turci trabalha na fábrica de caminhões da Volvo há 28 anos e apitará a Olimpíada pela primeira vez no Rio.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Executivo da Volvo em Curitiba, o paranaense Paulo Turci vai aproveitar as férias em agosto para ir à Olimpíada do Rio. Mas ao contrário dos milhões de torcedores que assistirão à disputa das arquibancadas, o gerente de infraestrutura da montadora de caminhões acompanhará os Jogos de um lugar privilegiado: da cadeira de árbitro de vôlei.

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O londrinense, responsável pelas operações da multinacional sueca de 3,2 mil funcionários no Brasil - do funcionamento do maquinário às reformas na planta da empresa - é um dos mais cotados para apitar a decisão masculina ou feminina da Rio-2016. Isso desde que as equipes comandadas por Bernardinho e José Roberto Guimarães não cheguem à disputa do ouro.

“Como brasileiro, não vai ser nenhuma frustração se eu não estiver na decisão”, responde o executivo à pergunta que mais tem ouvido dos colegas de trabalho nos últimos dias: se prefere apitar a final ou ver o Brasil na briga pelo ouro.

A Rio-2016 será a única oportunidade de Turci atuar nos Jogos Olímpicos. Como a idade máxima para árbitros internacionais é de 55 anos, o paranaense, que completa 52 em julho, não poderá ir à Olimpíada de Tóquio-2020. “Já participei de todas as competições e vou fechar minha passagem nas quadras com chave de ouro que é a Olimpíada, totalmente realizado”, enfatiza o árbitro, que soma no currículo seis Ligas Mundiais, o Mundial masculino de 2012, além da decisão do Mundial masculino sub-23 ano passado.

Jogador de vôlei na adolescência, Turci chegou a ser convocado para a seleção paranaense no começo dos anos 80, mas desistiu das quadras para se dedicar aos estudos, formando-se em Análise de Sistemas. “O vôlei naquela época não tinha essa projeção de hoje e eu também não era nenhum expoente. Eu não teria uma vida muito longa como jogador”, admite.

O retorno ao esporte aconteceu em 1984, quando um amigo o chamou para ajudar na arbitragem dos jogos das indústrias de Londrina. Como foi bem, Turci acabou convidado para fazer o curso da Federação Paranaense de Vôlei. De lá para cá, passou a conciliar vida profissional e jogos.

Vida profissional

Funcionário da Volvo há 28 anos, o executivo só apita nos momentos de folga. Para competições mais longas, como a própria Olimpíada ou o Torneio Pré-Olímpico que participou no começo de junho, no Japão, Turci usufrui das férias no trabalho.

“O vôlei é minha paixão, mas minha prioridade sempre foi a carreira profissional. Tanto que eu poderia ter chegado mais cedo ao topo da arbitragem, mas meus compromissos no trabalho não permitiram que eu fizesse o curso internacional antes”, afirma o paranaense, que ingressou no quadro da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) em 2007.

Nas partidas da Superliga Nacional aos domingos, por exemplo, Turci deixa Curitiba às 13h para apitar jogos que começam às 20h e terminam por volta das 22h30. “Chego ao hotel por volta da meia-noite e segunda-feira acordo às 4 horas da manhã para pegar o avião e estar no trabalho às 8”, explica a rotina corrida para levar as duas atividades.

Comparando a vida de diretor à de árbitro, Turci diz que ambas exigem decisões difíceis. A diferença está no tempo que tem em cada uma das atividades. “Na empresa, além de mais tempo, também posso ouvir outras pessoas antes de decidir algo. Na quadra, o tempo é muito mais limitado, quase imediato. Mas os princípios das decisões são os mesmos, baseadas em fundamentos”, ressalta.

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