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| Foto: Christophe Simon/AFP

A cerimônia de abertura da Rio-2016 não chegou nem perto da pompa das Olimpíadas de Pequim-2008 e de Londres-2012. Não fez a menor diferença.

Na cerimônia da gambiarra, como definiu o próprio diretor artístico do evento, o cineasta Fernando Meirelles, quem fez a diferença não foram os efeitos especiais – usados à exaustão na China – e nem um artista global – como o beatle Paul McCartney, que ergueu o público na Inglaterra. Como não poderia deixar de ser na arquibancada do velho Maracanã, o show foi da galera.

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A primeira decisão acertada da organização foi no hino nacional. Nenhuma megaprodução e nem uma estrela ascendente entoando o hino de “forma inovadora”. Só o sambista Paulinho da Viola fazendo o que sabe quando empunha seu violão: ser discreto e cativante.

Já a torcida mostrou que a festa era mesmo dela assim que Jorge Ben terminou de cantar “País Tropical” e o público seguiu a música à capela. Dali por diante, a arquibancada virou palco de dança.

O público também demonstrou que a Rio-2016 pode cumprir um dos principais discursos oficiais da competição, de ser a mais tolerante edição dos Jogos. Antes da cerimônia, as câmeras começaram uma brincadeira que foi uma febre nas arenas de Londres-2012: passar nos telões imagens de casais que, ao serem flagrados, se beijavam. Uma das câmaras do Maracanã focou certo momento dois homens que não se intimidaram: cravaram um beijo aplaudido pelo público.

Mas a melhor decisão da cerimônia acabou não se confirmando, a de que o presidente interino Michel Temer, para evitar vaias, não falaria ao público. Temer foi o primeiro chefe de estado de país anfitrião a não discursar. Limitou-se a dizer muito brevemente que os Jogos estavam abertos.

O suficiente para uma vaia estrondosa e a abertura de mais discussões chatas e geralmente desnecessárias entre “golpistas” e “petralhas”. Mas, felizmente, a festa da torcida será lembrada como muito maior do que isso.

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