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Carla Rebecchi passa pela defesa norte-americana, mas não consegue marcar o gol: derrota das Leonas | Marcelo Sayão/ EFE
Carla Rebecchi passa pela defesa norte-americana, mas não consegue marcar o gol: derrota das Leonas| Foto: Marcelo Sayão/ EFE
  • Luciana Aymar marcou dois gols para as Leonas na estreia
  • Leonas comemoram gol sobre a África do Sul

O roteiro ontem no Ri­­ver­­bank Arena, no Parque Olímpico de Londres, era o de sempre, onde quer que a Argentina jogue: as cami­­sas alvicelestes, gritos de "vamos, vamos, Argentina, vamos, vamos a ganar", muita garra na hora do hino nacio­­nal e apoio incondicional à equipe em campo. O que destoava na derrota por 1 a 0 para os Estados Unidos é que no hóquei de grama a torcida e as próprias jogadoras são majoritariamente feminina e de classes média e alta, ao contrário do que se vê no futebol.

Segundo esporte mais praticado do outro lado da fronteira, o hóquei de grama na Argentina tem uma história parecida com a do vôlei no Brasil. Jogado nas escolas e clubes infantis de todo o país, a modalidade só ganhou força competitiva depois da conquista da medalha de prata na Olimpíada de Sydney-2000. Assim como o vôlei brasileiro deu um salto de popularidade após conquistar o segundo lugar nos Jogos de Los Angeles-1984. "É o esporte mais popular entre as mulheres no nosso país. Nós praticamos hóquei desde crianças. Eu mesmo comecei com 5 anos", afirma a volante Daniela Sruoga.

De Sydney para cá a sele­­ção argentina virou uma potência na modalidade. Foi bronze em Atenas-2004 e Pe­­quim-2008. Conquistou ainda os Mundiais de 2002 e 2010 (o último em casa, na cidade de Rosário). Por isso, chega a Londres com credenciais de quem vai brigar pelo ouro, especialmente por contar com a maior estrela do esporte, a atacante Luciana Aymar, capitã da equipe e eleita sete vezes a melhor jogadora do mundo.

Foi também com a prata em Sydney que a equipe ganhou o apelido de Leonas, adjetivo dado pelo técnico Sér­­gio Vigil logo após a inesperada classificação à final contra as anfitriãs, que conquistaram o ouro naquela oportunidade. "A partir dali as equipes passaram a ser valorizadas e o esporte cresceu em todo o país", explica a estudante Almendra Her­­mida, de 24 anos, que é praticante de hóquei e estava ontem acompanhando a partida contra as americanas.

Atualmente, a Federação Argentina de Hóquei mantém um programa nacional de formação e capacitação de atletas, técnicos e árbitros. "Temos uma estrutura boa. Conseguimos jogar contra seleções fortes, como as europeias, as da Oceania e a dos Estados Unidos, o que é muito bom para evoluirmos", argumenta a atacante Martina Cavallero.

De ruim, Martina aponta apenas a falta de uma adversária à altura no próprio continente sul-americano. "Seria muito bom jogar um clássico Brasil e Argentina no hóquei. Espero que a equipe de vocês chegue a um bom nível algum dia", completa Martina.

As Leonas argentinas

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