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‘Tanto faz’ ganha força

Dois campos de futebol localizados no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, ainda terão de passar por reforma e não existe um plano de ação para trazer equipes para o pré-Jogos.

Ainda assim, afirma o vice coordenador do Setor de Biológicas da UFPR, Fernando Mezzadri, há tempo hábil para negociar com federações internacionais. "Em outubro, o Comitê Organizador dos Jogos deve fazer mais uma rodada de apresentação dos locais de treino para Comitês Internacionais, em que vamos mostrar nossa estrutura", afirma, sem garantir que as obras terão começado.

Outro local em que a utilização por equipes estrangeiras segue como incógnita é o Centro de Treinamento de Ginástica Rítmica de Toledo, administrado pelo Sesi da cidade. O local forma ginastas de destaque da seleção brasileira e a tarefa "vender" a estrutura é informal. A oportunidade surgirá caso alguma comissão técnica forasteira se interesse pelas informações passadas pela técnica do CT e da seleção, Anita Klemann em conversas informais.

A coordenadora do Sesi, Cássia Schaedler, explica que não há nenhuma estratégia de captação. "Vamos deixar livre para que os países de fora venham conhecer. Não tenho um termômetro para dizer o quanto nosso CT pode atrair equipes."

O mesmo acontece para o Ginásio Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, que não recebeu nenhuma reforma ou investimentos para receber seleções pré-jogos.

Planejamento

Londrina e São José dos Pinhais abrem mão

Receber atletas olímpicos seria bom, sim, mas não é prioridade em Londrina e São José dos Pinhais. O município da Região Metropolitana de Curitiba tem quatro ginásios cadastrados no guia do Rio 2016. "Mas, para receber bem essas equipes, teríamos de fazer várias adaptações, ter melhores acomodações próximas aos ginásios, melhor acessibilidade. O cadastro foi feito em 2011 por outra gestão e hoje a cidade tem inúmeras outras prioridades, mais urgentes, e não podemos desviar verba do orçamento municipal para esses ajustes", explicou o diretor administrativo da Secretaria de Esportes de São José dos Pinhais, Lucas Grubba Pigatto.

A necessidade de possíveis mudanças para atrair equipes estrangeiras também faz com que as três quadras de tênis e o campo de futebol da Associação dos Funcionários Municipais de Londrina (AFML) não tenha se programado para buscar seleções para o período pré-olímpico. "Se houvesse interesse, já teriam nos procurado. Nós não temos a intenção de mudar nosso cronograma de atividades por causa da vinda de atletas estrangeiros", fala o coordenador de esportes da AFML, Willian Oliveira.

Curitiba, Piraquara e Marin­­gá têm grandes chances de ter um pouco da Olim­­píada de 2016. Toledo e Foz do Iguaçu, bem possível. Londrina e São José dos Pinhais, sem chance. Os sete municípios têm estruturas esportivas cadastradas no Guia de Locais de Treinamento Pré-Jogos para a Olimpíada do Rio. O Paraná possui 12 dos 167 locais autorizados a receber seleções de outros países para aclimatação às vésperas dos Jogos, destes, três devem ser efetivamente usados.

Veja o total de investimento nos complexos esportivos no Paraná

Apenas a Universidade Positivo (UP) e o Complexo Esportivo de Maringá receberam equipes estrangeiras interessadas em fazer uma escala no estado antes de desembarcar em definitivo no Rio de Janeiro para as disputas, que terão início em 5 de agosto de 2016. Ninguém ainda fechou contrato.

O tempo para negociar é curto. Faltam 711 dias para os Jogos e as delegações que virão para aclimatar devem desembarcar no Brasil em meados de julho de 2016. Considerando que são esperados atletas de 204 países em 42 modalidades nos Jogos Olímpicos e 173 países em 23 esportes nos Jogos Paralímpicos, potencial de mercado, não falta. Cabe à cada instituição selecionada ir ao mercado em busca de futuros "hóspedes".

"Muitos países da Amé­­rica Latina não entram nessa conta porque irão direto para o Rio de Janeiro. Nosso objetivo é trazer alguma equipe, se possível do Top 10, para ter um legado, aprender com equipes do mais alto nível", diz o coordenador do curso de Educação Física da Universidade Positivo, Zair Candido de Oliveira Netto.

Os 12 locais paranaen­­ses foram selecionados há dois anos pelo Comitê Organizador 2016. As instalações aprovadas estão no caderno de divulgação dos Jogos do Rio e são apresentadas periodicamente aos Comitês Olímpicos dos países participantes dos Jogos. Cada seleção escolhe se e onde fará a aclimatação e aí cabe a cada local a missão de divulgar seus predicados e negociar valores e condições de uso.

O foco não será, certamente, as principais potên­­cias esportivas. Estas fecham acordos para toda a delegação e com antecedência. Os Estados Unidos fecharam contrato com o Flamengo para usar as instalações do Rubro-Negro (que não constam na lista do Rio 2016) há um ano. Terceira colocada no quadro geral dos jogos de 2012, a Grã-Bretanha definiu em janeiro de 2013 que sua base será o Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte (BH)

Visitas deixam três municípios na expectativa

A Universidade Positivo (UP) recebeu visitas de dirigentes da seleção japonesa de natação. A piscina da instituição é uma das poucas do estado com metragem olímpica (50 metros) e cobertas. "Uma desvantagem é o fato de Curitiba ser uma cidade mais fria que o Rio de Janeiro. Membros de comitês também questionam o fato de a Universidade não ter dormitórios próprios, algo comum em outros países. Para compensar isso, estamos nos associando ao Bureau Internacional, facilitando o das equipes à rede hoteleira", explica o coordenador do curso de Educação Física da (UP), Zair Candido de Oliveira Netto.

Em Maringá, o velódromo é de uso da seleção brasileira de ciclismo. Apesar de o Ginásio Chico Neto estar recém-reformado e climatizado, é a área atletismo, ao lado, no Estádio Willie Davids, o principal chamariz da cidade para atrair os gringos. Enquanto as seleções de esportes coletivos de quadra devem preferir opções no Sudeste do país, a pista emborrachada e Campo de saltos e arremessos com constante uso e manutenção – algo pouco comum no país – podem atrair equipes estrangeiras.

"Em maio, recebemos a visita da seleção do Canadá, que ainda não definiu onde vai fazer sua aclimatação. O que pesa é que nos falta uma academia. Fora o Chico Neto, todos os locais do Complexo Esportivo precisam de ajustes. Para isso, precisamos orçar e contar com recursos do Ministério do Esporte", diz o diretor geral da Secretaria de Esportes de Maringá, Afonso Fernandes Martins Neto.

Uma boa estrutura para um esporte não muito popular também é o trunfo do Centro Paranaense de Tiro, em Piraquara, que tem sondagens de seleções europeias. A intenção de receber atletas estrangeiros às vésperas dos Jogos é tamanha que promoveu reformas pensando exclusivamente nos futuros usuários. "Neste ano vamos começar a divulgação para valer. Fizemos melhorias no sistema de drenagem das pedanas [áreas de tiro para modalidade de fossa olímpica] para que, mesmo se os atiradores vierem em um período de chuvas, seus treinos não fiquem prejudicados", afirma a responsável pelo Centro, Alisson Zella de Souza.

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