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Seleção brasileira vice-campeã olímpica em 1984. Paranaense Ademir é o terceiro em pé da direita para a esquerda | Reproducao
Seleção brasileira vice-campeã olímpica em 1984. Paranaense Ademir é o terceiro em pé da direita para a esquerda| Foto: Reproducao

Brasil e os Jogos

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Helsinque, em 52, foi a primeira das 12 participações do futebol.

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A lista de craques que fracassaram: Vavá (Helsinque-52); Gerson (Roma-60); Falcão e Dinamite (Munique-72); Júnior (Montreal-76); Dunga (Los Angeles-84); Taffarel, Romário e Bebeto (Seul-88); Rivaldo e Ronaldo (Atlanta-96); Ronaldinho (Sydney-2000 e Pequim-2008).

Medalhas

São quatro pódios. Prata em Los Angeles-84 e Seul-88. Bronze em Atlanta-96 e Pequim-2008.

O agropecuarista Ademir, 52 anos, figura conhecida nas bandas de Toledo, sudoeste do Paraná, talvez seja a maior expressão de derrota do futebol brasileiro em Jogos Olímpicos. Antes de investir em gado, ele foi um volante de respeito. Tanto que teve o mérito de disputar duas olimpíadas pela seleção brasileira.

Mais do que isso: Ademir - agora carregando o sobrenome Kaefer - guarda em casa duas medalhas de prata. Ele jogou nas duas edições que o país chegou à final olímpica: Los Angesles-84 e Seul-88.

À Gazeta do Povo Ademir disse estar confiante de que neste sábado (11), no entanto, o Brasil vai ficar com o esperado ouro e colocar fim à obsessão que, involuntariamente, sua geração iniciou.

"Como é a única conquista que falta para o futebol brasileiro, as pessoas dão mais valor para a Olimpíada. O México é um bom time, mas não tem tradição em finais, e, com o Neymar em campo, qualquer coisa pode acontecer a nosso favor. Vai dar Brasil", opina o ex-boleiro. "O que não pode é jogar com essa obrigação, senão começa a não fazer o que deveria".

Embora a comparação entre as seleções que chegaram à final olímpica seja praticamente inevitável, Ademir prefere ressaltar o talento das três equipes e que as épocas são distintas.

"Mas em 84 foi uma surpresa. A Olimpíada não tinha tanto valor aqui. Saímos desacreditados, a preparação foi muito curta. Quando vimos estávamos na final", acrescenta.

Em 1984, diante da França, admite, a derrota era até de certa forma esperada, principalmente pela força do adversário – aquele time seria a espinha dorsal da seleção francesa de 1986, que eliminou o Brasil de Sócrates, Careca e Zico da Copa do México - e também pela falta de planejamento: os brasileiros disputaram os Jogos utilizando a base do Internacional.

A dor maior foi em 88, na derrota para a União Soviética, 2 a 1 de virada. "Doeu mais porque fiquei fora da final, tinha tomado dois cartões amarelos. Daquela vez nos preparamos. Se jogássemos dez vezes contra os ‘russos’, ganharíamos nove. Nós jogamos bem, mas no futebol são muitos detalhes", lamenta.

Com passagens por Internacional, Cruzeiro e Racing-ARG, Ademir encerrou a carreira em 1995, no clube mineiro, onde, entre outras conquistas, faturou uma Supercopa da Libertadores (1991).

Hoje o agropecuarista diz que voltou feliz para o que fazia antes do futebol. "Quando eu jogava, eu pensava que um dia voltaria para minha cidade natal [Toledo], ao lado dos meus amigos, minha família. O futebol é bom, mas também tem seu lado ruim: vicia. Eu fui criado na roça, me sinto bem aqui", fecha.

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