Cerca de 12 mil pessoas estão tendo o privilégio de carregar a tocha olímpica dos Jogos Olímpicos do Rio no Brasil. Para levar o artefato para casa, entretanto, a maior parte destes condutores terá de desembolsar um alto valor: R$ 1.985,90.
Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016, o preço cobre os custos da fabricação do objeto e não visa nenhum lucro. “É só mais uma oportunidade para ter com você uma lembrança deste momento memorável”, diz mensagem enviada aos carregadores da tocha pelo Comitê. A cobrança já aconteceu em outras edições da Olimpíada, mas o alto preço da versão brasileira chama a atenção.
Em alguns casos, os patrocinadores responsáveis por convidar os indivíduos que carregarão a tocha arcam com as despesas da aquisição. A regra, entretanto, é desembolsar o valor ou ficar sem o item como recordação.
A situação já gerou mal-estar até mesmo com medalhistas olímpicos, como o ex-jogador de vôlei Gustavo Endres. Medalha de ouro na Olimpíada de Atenas, em 2004, e prata em Pequim, em 2008, além de duas vezes campeão pan-americano e seis vezes mundial, Endres teve de pagar para ficar com a tocha.
A esposa do atleta, Raquel Endres, publicou um texto de desabafo em sua conta no Facebook. “Eu comprei a tocha para o meu marido (contra a vontade dele)”, disse, ao lado da foto do comprovante de pagamento. “Meu marido merece após tantos sacrifícios, dores e dedicação em nome do Brasil”, prossegue.
Acesa no dia 21 de abril, na Grécia, a tocha olímpica percorrerá, ao final de seu trajeto, 16 mil quilômetros de avião e outros 20 mil quilômetros por terra dentro do Brasil, passando por um total de 326 cidades (26 capitais). A passagem da tocha chegou ao Paraná no dia 28 de junho e deixou o estado dia 2 de julho, passando por 15 cidades.
No dia 14 de julho, após passagens por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o artefato retorna ao Paraná, para a segunda parte do trecho que incluiu outros sete municípios. A tocha deixa o estado no dia 16.
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