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Acidente fez com que Hugo Calderano tivesse que trocar de mão com que disputa partidas de tênis de mesa. | Saulo Cruz/Exemplus/COB
Acidente fez com que Hugo Calderano tivesse que trocar de mão com que disputa partidas de tênis de mesa.| Foto: Saulo Cruz/Exemplus/COB

Depois de se classificar para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 ao conquistar dois ouros no Pan de Toronto, em julho, o carioca Hugo Calderano, 19, tinha planos de estender a sua maré positiva. Queria reforçar o status de campeão continental com boa temporada pelo Ochsenhausen, clube que leva o nome da cidade alemã onde vive, um dos melhores da liga nacional de tênis de mesa.

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Um golpe mal executado, porém, prejudicou o planejamento. Em 18 de setembro, Calderano, que é destro, se aquecia para um jogo da Bundesliga quando, ao desferir um golpe de esquerda, acertou a mão direita na mesa. A pancada lesionou o dedo mínimo da mão direita e o afastou da mesa por dois meses e meio. Em poucos dias, o baque inicial deu lugar a um reconforto.

“Na hora foi uma frustração grande. Fiquei muito chateado de ter de parar por tanto tempo. Por outro lado, pude aproveitar para trabalhar meu preparo físico”, disse Hugo, atual 74º do mundo e segundo melhor do país, atrás de Gustavo Tsuboi (46º).

Calderano passou então de quatro para 30 horas semanais de exercício físico. À programação padrão, incorporou trabalho funcional e crossfit. “Tudo que treinava na mesa passei a fazer no físico.”

Para manter o ritmo, o carioca adotou um expediente pouco ortodoxo: passou a treinar com a mão esquerda. OO jogador postou vídeos no Facebook nos quais demonstrou certa habilidade. “Era mais para fazer movimentação de perna e não perder o ‘feeling’ da bola”, afirmou.

“De vez em quando a gente brinca de jogar com a mão trocada, mas dessa vez tive de treinar mesmo. Acho que me saí bem”, completou.

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No último dia 20, Calderano pôs à prova essa recuperação em sua volta à mesa pela liga alemã. Sofreu, mas bateu o russo Kirill Skachkov por 3 sets a 2. Mesmo de pouca expressão, o triunfo lhe dá confiança para a Rio-2016.

“Temos a melhor equipe brasileira dos últimos anos, e ela só tem a melhorar para chegar à Olimpíada e brigar.”

Destaque

Embora jovem, Calderano já tem posição de liderança na equipe nacional, conquistada à base de resultados. Ouro individual e coletivo no Pan, ele obteve ao lado de Tsuboi a prata em duplas no Aberto do Qatar, que equivale a um torneio de Grand Slam do tênis convencional.

Em 2014, Calderano havia sido bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, na China. Pouco antes, ele definira sua ida para a Alemanha, cuja liga está entre as mais fortes do mundo.

De lá, não planeja sair tão cedo. “Fiz a escolha certa em vir para a Alemanha. Não dá para atingir um nível alto morando no Brasil, e não pretendo voltar cedo para o país.”

“Quero fazer minha carreira aqui e só retornar quando me aposentar. Meu objetivo é chegar ao topo e competir contra os chineses”, afirmou.

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