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A Vila Olímpica, “cidade” que receberá os mais de 10 mil atletas no Rio, começa a sair do papel | Guilherme Rosa/ Blog do Planalto
A Vila Olímpica, “cidade” que receberá os mais de 10 mil atletas no Rio, começa a sair do papel| Foto: Guilherme Rosa/ Blog do Planalto

A partir de agora vai virar clichê: agora que a Copa passou, todas as atenções se voltam para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. E, o que se dirá é que, faltando pouco mais de dois anos para que a tocha olímpica seja acessa no Maracanã no início oficial da primeira Olimpíada na América Latina, há muito a ser feito para receber os 10,5 mil atletas esperados, vindos de 204 países para competir na capital fluminense.

Restam agora 740 dias para o início das competições e pouco mais de um ano para a entrega das instalações esportivas permanentes – o Comitê Organizador Rio 2016 prometeu que entregaria as estruturas até 2015 para receber os eventos-teste. O primeiro será realizado a partir desta sexta-feira, dia 2, na famosa Baía de Guanabara. É lá que os atletas irão ver uma das promessas não cumpridas da candidatura da olimpíada carioca: a da despoluição das águas do cartão-postal carioca, de responsabilidade do governo estadual, não saiu do papel.

A organização tem pressa, porque o atraso é preocupante. É que boa parte das obras começou bem depois de a Cidade Maravilhosa ter sido anunciada como a anfitriã dos Jogos, em agosto de 2009. Algumas ainda não passam de esboço (veja mais na página 2). Dos 2.499 dias entre a escolha do Rio como anfitriã da Olimpíada até o início do megaevento, muito tempo foi gasto para definir quem pagaria quais contas. Outro problema que tirou dias preciosos da contagem final: descobrir o que do espólio do Pan-2007 seria readaptado para os Jogos.

O velódromo erguido há sete anos, por exemplo, foi demolido para dar lugar a um novo complexo. Em relação ao handebol, chegou-se à conclusão que o mais adequado seria montar uma estrutura temporária e desmontável e não mais permanente.

Um dos locais mais preocupantes é o do complexo de Deodoro, que abrigará a disputa de 11 modalidades – as obras começaram apenas no início deste mês. Para acelerar os trabalhos, operários trabalham de segunda a sábado na terraplenagem do imenso terreno de 500 mil metros quadrados na zona Oeste da cidade. "Temos de terminar essa parte [terraplenagem] antes das chuvas de verão", explicou o presidente da secretaria municipal de obras do Rio de Janeiro (RioUrbe), Armando Queiroga.

Ainda na lista de entraves, houve a demora na divulgação do orçamento dos Jogos, que só se tornou público em abril. Está na casa dos R$ 36,7 bilhões, mas com viés de alta como diriam os economistas, já que a previsão é de que seja atualizado semestralmente.

Contratempos em série nos preparativos que deu força a boatos de que o Comitê Olímpico Internacional (COI) poderia repetir 2012 e levar os Jogos para Londres. A entidade está monitorando diariamente o avanço das construções. Por ora, ninguém mais fala em mudar de sede.

Nada que assuste o poder público. Pelo menos esse é o discurso oficial. A Empresa Olímpica Municipal, criada para gerir as obras de responsabilidade do município, afirmou em nota encaminhada à Gazeta do Povo que "todos os cronogramas de instalações olímpicas da prefeitura estão em dia e foram desenvolvidos de acordo com o grau de complexidade de cada obra". Ainda de acordo com o órgão, "todas as instalações de responsabilidade da prefeitura estarão finalizadas até o primeiro trimestre de 2016". Ou seja, a meta de 2015 estourou.

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