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Emanuel, 39 anos, tem estratégia nos treinos e parceiro ideal para se manter na ativa | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Emanuel, 39 anos, tem estratégia nos treinos e parceiro ideal para se manter na ativa| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Geração X

Experientes, tarimbados, veteranos ... São muitos os adjetivos – alguns pejorativos – para quem está perto dos 40 anos no esporte. Conheça dez estrelas que venceram a idade e vão a Londres.

• Hugo Hoyama (tênis de mesa), 43 anos• Bruno Prada (vela), 41• Emanuel (Vôlei de praia), 39• Doda Miranda (hipismo), 39• Tânia Maranhão (futebol)*, 38• Ricardinho (Vôlei)*, 37• Marcelinho (basquete)*, 37• Fabíola Molina (natação), 37• Giba (vôlei)*, 36• Maurren Maggi (atletismo), 36• Marílson dos Santos (atletismo), 35

*atletas pré-convocados

Geração Y

Sangue novo, promessa, futuro... O Brasil também tem apostas – atletas com menos de 21 anos – a médio prazo em Londres. Conheça dez "caras novas".

• Ana Sátila (canoagem), 16 anos • Caroline Kumahara (tênis de mesa), 17 • Thaisinha (futebol)*, 19 • Damiris (basquete)*, 19 • Jorge Zarif (vela), 20 • Gracielle Herrmann (natação), 20 • Rafaela Silva (Judô), 20 • Guilherme Toldo (esgrima), 20 • Henrique Rodrigues (natação), 21 • Jonathan Henrique (atletismo), 21

* atleta pré-convocado

Mais ousado...A delegação brasileira que disputará os Jogos Olímpicos de Londres daqui a dois meses está um ano mais velha do que a que esteve em Pequim (2008), com uma média de 28 anos. Dentre os classificados até hoje, 20 ultrapassam a marca dos 35 anos (na China, eram 16). Esses coroas vão à Inglaterra desafiando a lógica da física e do tempo: alguns chegam como favoritos aos primeiros lugares dos pódios

Eles contrariam até mesmo o lema olímpico que louva o citius, altius, fortius (do latim, o mais rápido, mais alto e mais forte) dos atletas.

Força, explosão e velocidades, atributos comumente atribuídos à juventude, são usados de forma mais habilidosa por quem está mais perto da casa dos 40 anos e com décadas competindo em alto nível.

A longevidade de atletas como Emanuel, Giba, Fabíola Molina e Maurren Maggi intrigam. Há quem fale em genética favorável ou tente descobrir algum talento escondido, quase sobrehumano.

O segredo, no entanto, parece estar muito mais em manter-se motivado, usar a experiência adquirida nas vitórias e derrotas e cercar-se dos melhores profissionais para dar o suporte ideal.

Emanuel é o caso mais significativo. Aos 39 anos, vai para a quinta Olimpíada atrás da terceira medalha (tem o ouro de Atenas-2004 e o bronze, em Pequim) no vôlei de praia, esporte desgastante pelo esforço extra causado pela areia.

"Nosso velhinho está em forma. Ele não é o mais alto, nem o mais forte, mas tem traços de personalidades determinantes. É obstinado, disciplinado e seletivo. Selecionou uma técnica campeã [Letícia Pessoa], um parceiro mais forte [Alison, 25 anos]... Faz o que for necessário para conseguir atingir o objetivo", diz o fisiologista do paranaense, Paulo Figueiredo.

Os treinos são programados para evitar desgaste físico desnecessário e são monitorados pelo fisiologista e por um bioquímico.

"Quando perdem em explosão muscular, aprendem a compensar com outros recursos. O Giba [36 anos] sempre primou por isso [explosão], mas sabe achar atalhos na quadra que o mantém competitivo", aponta o médico da seleção masculina de vôlei, Álvaro Chamecki.

Já a nadadora Fabíola Molina, 37, se diz em melhor forma que em sua primeira Olimpíada (Sydney-2000, quando tinha 25 anos). Em Londres, dusputará os 100 m costas.

"Estou na seleção principal há 21 anos [mesma idade de alguns nadadores do time]. Fui privilegiada em, desde a infância, ter técnicos preocupados em dosar o treinamento, o que me poupou de lesões. Sigo nadando porque é o que gosto de fazer."

Maurren Maggi, 36, busca o bi olímpico no salto em distância e não considera a idade um empecilho. "Não sou diferente das mais novas. O que conquisto é consequência de trabalho", resume.

...Menos ousado

Os caçulas do time nacional vão para Londres-2012 em menor número do que em Pequim, há quatro anos. São 25 competidores com até 21 anos na delegação atual, contra os 41 novatos da edição passada Algumas das promessas de hoje estavam cotadas para competir nos Jogos do Rio, em 2016, no auge físico e psicológico. Mas anteciparam a estreia olímpica ao se classificarem prematuramente. Ascensão cada vez mais rara no país.

Fotos: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Ninguém acreditava que fosse possível, a não ser ela. Mas, dias antes de completar 16 anos, a mato-grossense Ana Sátila (fotos) conquistou, em Foz do Iguaçu, a vaga para a disputa da canoagem slalow em Londres.

"Eu sabia que era possível, já havia competido com as mesmas meninas. Agora, quero uma medalha", diz a garota, que é a atleta mais nova da delegação brasileira nesta Olimpíada.

Um pódio seria um feito inédito para a canoagem brasileira e é um projeto ousado para a menina que em fevereiro, um mês antes de carimbar o passaporte no caiaque individual, havia deixado a cidade de Primavera do Leste (MT) para treinar com a seleção na pista artificial na hidrelétrica de Itaipu, no Paraná.

Ela estava sendo preparada para daqui a quatro anos, mas não é a única que antecipou os planos de técnicos e dirigentes. O esgrimista gaúcho Guilherme Toldo, 19, vai competir na esgrima. Na natação, o curitibano Henrique Rodrigues, 21, Graciele Hermman, 20, e Leonardo de Deus, 21, participam do programa da Con­­­fe­­­deração Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) de preparação para 2016, mas tentam impressionar agora.

"O Henrique corre por fora [200 m medley], o Léo [200 m borboleta] vai muito forte. Se os outros bobearem vai beliscar um pódio", diz o técnico do paranaense, Fernando Vanzella.

"O problema é que os competidores mais novos podem não lidar bem com a responsabilidade e transformá-la em pressão. Na verdade, precisam fazer desse privilégio em motivação para fazer o melhor possível", avalia o psicólogo esportivo Fabiano Mello.

"A adolescência dá um sentimento de urgência, de que esta chance será a única, algo que um atleta mais velho elabora melhor. É preciso priorizar o desempenho, não o resultado. Este virá em decorrência do primeiro", segue.

Enquanto alguns jovens brasileiros debutarão, algumas modalidades carecem de novatos. Dos 25 esportes em que o Brasil tem vaga garantida para a Olimpíada daqui a dois meses, apenas sete têm seleções com média de idade menor que em Pequim.

A maioria repetiu a lista de nomes da disputa na China. O caso mais aparente é o da ginástica artística feminina, que manteve praticamente a mesma equipe nos últimos quatro anos.

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