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O momento do Atlético exige concentração total para o jogo de sábado, que pode definir o acesso à Série A. O presidente rubro-negro preferiu aceitar o convite para ir até a Assembleia Legislativa e falar a uma CPI de cartas marcadas. Os deputados estão interessados nos holofotes para eles e para o presidente do time de sua preferência.

Um dos deputados interessados em esclarecimentos objetivos apresentou uma proposta para provocar uma acareação do advogado José Cid Campêlo Filho e o dirigente do clube. Foi o que bastou para que a claque presidencial fizesse uma sinalização ostensiva para a rejeição da ideia.

O presidente da CPI, dos menos assíduos às sessões do Poder Legislativo, deputado Fábio Camargo, não perdeu tempo e rejeitou a ideia sob os aplausos dos simpatizantes do depoente.

Qual o malefício de uma acareação entre o acusador e o acusado sobre o favorecimento explícito de parentes do presidente da empresa que se ocupa da adequação da Arena para o Copa do Mundo?

O local para o confronto proposto é adequado. A Assembleia é o poder do povo e ali, obrigatoriamente, deve ser estabelecido o contraditório entre pensamentos e ações divergentes. A CPI serviu como uma caixa de ressonância para palavras bem ao gosto do dirigente esportivo. Para dar um tom de dramaticidade, o dirigente bradou que o clube perdeu 10 mil sócios, demoliu a Arena recém-inaugurada e está perdendo dinheiro aos montes.

Para não engolir tais dramas é bom dizer que a ordem para implodir o estádio e deixar o clube sem um local ideal para jogar foi do próprio depoente. Muito fácil culpar o poder público pelo absurdo retardamento das obras da Baixada.

O comandante do clube disse reiteradas vezes que a obra seria inaugurada em 29 de março de 2012. Na Assembleia, surpreendeu ao declarar que o estádio da Copa talvez não fique pronto para o evento mundial. Artifício verbal para pressionar o poder público, que tem sido generoso com o clube beneficiado por financiamento público, sem garantias reais, com exceção do CT do Caju.

Terminado o depoimento com acusações de falta de apoio governamental, o depoente foi aplaudido pela claque presente e se autopresenteou com o papel de vítima. Não perdeu a oportunidade para dizer com ironia que o poder público deveria pagar o clube pela realização do evento em Curitiba. Risível, porque ninguém mais do que os escudeiros do depoente e o próprio foram tomados pela volúpia indomável de ter o Mundial na Arena da Baixada.

Para refrescar memórias cito que a primeira indicação de estádio foi feita por Roberto Requião na direção do Pinheirão. Foi o suficiente para que a tropa rubro-negra, Pessuti, deputados atleticanos e dirigentes do clube bombardeassem Requião e conseguissem o aval público para os sonhos do presidente atleticano.

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