O técnico do Paraná, Rogério Micale, criticou o projeto-piloto do Ministério Público do Paraná (MP-PR) que propõe que todos os jogos de futebol na capital envolvendo Atlético, Coritiba e Paraná tenham torcida única.
“Como cidadão, eu não vejo com bons olhos”, opinou o treinador na manhã desta sexta-feira (11), antes do treino do time na Vila Capanema. “Eu acho que estamos vivendo um mundo cada vez mais de isolamento, por falta de condições de segurança”, prosseguiu.
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Micale admitiu que o futebol brasileiro vive um problema de agravamento da violência. O treinador citou idas de torcedores para cobrar jogadores em aeroportos e agressões verbais e físicas.
“É como se o cidadão que trabalha no futebol não fosse um cidadão como outro qualquer. Porque dá o direito das outras pessoas chegarem em qualquer lugar e te xingar, ofender, ameaçar. Já aconteceu comigo”, analisou.
Mesmo assim, o técnico paranista acredita que a proposta de torcida única não é uma solução viável como forma de tentativa de diminuição de violência no futebol.
“O espetáculo fica vazio. Acho que o estado tinha que nos dar condição, segurança, para a gente manter o espetáculo como era”, disse Micale, citando a beleza dos clássicos do estado entre Furacão, Coxa e Paraná, como exemplo.
“Já que não temos educação para saber nos portar num evento deste porte, acho que o estado tinha que nos dar segurança e não simplesmente inibir a ida de uma determinada pessoa”, complementou.
Por fim, Micale acredita que a medida acaba por prejudicar ainda mais o produto futebol. “Precisamos discutir, porque estamos cada vez mais matando uma coisa que para nosso povo e cultua é muito importante”, fechou.
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