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Por trás do gesto patriótico dominante entre os atletas brasileiros que chegam ao pódio no Pan de Toronto, está o general da reserva do Exército Augusto Heleno Pereira.

O militar hoje exerce o cargo de diretor de comunicação e educação corporativa do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e é um dos defensores do processo de participação das Forças Armadas no esporte nacional.

Antes do início das competições de Toronto, o militar da reserva conversou com a Folha. Na ocasião, ele afirmou que a continência nos pódios não era uma obrigação.

COB nega polêmica e minimiza continência de atletas no pódio em Toronto

Alguns enxergam o momento como uma manifestação política, o que não é permitido pelo Comitê Olímpico Internacional.

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“Não é uma militarização. É a participação das Forças Armadas no esporte de alto rendimento”, disse. No caso, são 123 atletas-militares, um quinto da delegação de 590 esportistas do Brasil. Segundo Heleno, os esportistas veem vantagens em participar do programa por causa do suporte da instituição e do salário, que gira em torno de R$ 2500.

O general usou um país comunista como exemplo para a prática de unir atletas e militares: “Os países da União Soviética se valiam muito das Forças Armadas como forma de atrair os atletas de alto rendimento”.

A pratica começou com a Marinha em 2007 e depois se espalhou para os demais setores das Forças Armadas. “A busca [pelos atletas] foi surpreendente. A gente não esperava.”, disse o general.

Polêmicas do general

Heleno foi ex-comandante da Missão das Nações Unidas no Haiti entre 2004 e 2005. Na ocasião, foi bastante criticado pelos Estados Unidos, que o acusaram em um relatório de ter “tem feito pouco para estabilizar, proteger a população e impedir violações de direitos humanos”.

Um documento vazado pelo Wikileaks mostra que o então embaixador dos EUA no Brasil John Danilovich pediu a substituição do brasileiro, o que aconteceu em setembro de 2005. O substituto no cargo se suicidou depois de quatro meses no cargo.

Anos mais tarde, no posto de comandante militar da Amazônia, ele criticou a postura do governo federal na demarcação de terras indígenas no território da Raposa do Sol em 2009. Ao passar para a reserva, em 2011, ele defendeu o golpe de 64, por ter evitado a “comunização do país”.

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