• Carregando...
Renato Simon, de 37 anos, é o responsável por acelerar o ‘Nabo em Ação’, jipe turbinado e bicampeãp brasileiro. | Henry Milleo/Gazeta
Renato Simon, de 37 anos, é o responsável por acelerar o ‘Nabo em Ação’, jipe turbinado e bicampeãp brasileiro.| Foto: Henry Milleo/Gazeta

Os feitos Renato Simon Bouwman como agricultor não repercutem fora dos limites de Palmeira, sua terra natal, a 73 km de Curitiba. Já as conquistas de Renato Simon, o piloto do “Nabo em Ação”, apelido de um jipe gaiola turbinado de 450 cavalos de potência, rendem a ele portas abertas em todas as competições de velocidade na terra Brasil afora.

Bicampeão Brasileiro de Jeep Gaiola Cross na categoria 4x4 aspirados, ele ainda tem dificuldades para definir se é um agricultor que virou piloto ou se é um piloto-agricultor. Como o esporte ainda não levanta dinheiro suficiente para sustentá-lo – embora, talvez, nem seja esse o objetivo – Renato ainda pega firme nas lavouras de soja e trigo para bancar a “brincadeira” de fim de semana.

“Fiz até uma pistinha em casa para treinar nos finais de semana, já que as provas acontecem de dois em dois meses. Não dá para perder a mão na pilotagem e também na lavoura”, explicou o piloto de 37 anos, que conheceu a esposa num passeio de jipe e já pensa em fazer uma “gaiolinha” para seus três filhos brincarem.

Este ano foi bem disputado. Tivemos etapas emocionantes, etapa com sol, com chuva, etapas em que quebramos o carro. Em cada prova, em cada pista diferente, é uma emoção renovada

Renato Simon Bouwman,“piloto-agricultor” bicampeão brasileiro de Gaiola Cross, categoria 4x4 aspirados

Nas pistas, durante as cinco etapas do campeonato deste ano, Renato dividiu as disputas com amigos de longa data e venceu mais uma vez por uma fração de segundos. “Este ano foi bem disputado. Tivemos etapas emocionantes, etapa com sol, com chuva, etapas em que quebramos o carro. Em cada prova, em cada pista diferente, é uma emoção renovada”, diz o piloto com brilho nos olhos.

No esporte, dois pilotos disputam a vitória em pistas paralelas, com o mesmo grau de dificuldade e extensão, contra eles mesmos e contra o relógio. Vence quem conseguir domar os 450 cavalos de potência de cada carro em curvas acidentadas, lama ou areia.

As etapas são grandes eventos. Um grande encontro de família, segundo Renato. “Começou assim, com amigos e todos brincando. Quem entra para o esporte, sabe que entra para uma família. A rivalidade fica na pista, mas mesmo assim todos se ajudam. Se um carro quebra e precisa de uma peça, se a outra equipe tem, ela empresta”, conta Renato.

Tecnologia

Os dois títulos de Renato têm um grande responsável: o “Nabo”. O carro foi totalmente produzido pela equipe Bily Racing, que trouxe conceitos do asfalto para a terra, e virou referência na categoria. A grande estrela é o uso da suspensão independente nas quatro rodas.

“No início todo mundo achou uma loucura usar a suspensão independente, mas hoje temos um carro campeão. Estamos indo para a terceira geração, que se adapta muito bem em qualquer tipo de pista e, além de segurança, tem alta tecnologia”, explicou Vanderlei Cumin, o Bily, desenvolvedor do carro.

Além de já ter introduzido o uso do nitro no modelo atual, e que será levado também para o novo modelo, o carro que estreia na temporada que vem terá o uso completo do sistema de telemetria. Usado na Fórmula 1, o sistema faz leituras precisas e completas de todo o desempenho do carro, facilitando ajustes e tornando a disputa ainda mais acirrada.

“Isso tem feito a diferença. Temos esse sistema junto com a injeção eletrônica da pró-tune e ano que vem teremos comunicação direta com os boxes para ajustes mais finos no carro”, contou Bily.

Além das novidades tecnológicas, a temporada 2016 terá um novo calendário. As etapas de Tibagi e Araucária entram na lista de etapas do ano para aproximar ainda mais a categoria dos fãs do automobilismo curitibano. “São grandes eventos, grandes encontros, para até 110 mil pessoas, como aconteceu em Brusque no ano passado. Ano que vem teremos mais pilotos e mais provas. O bicho vai pegar”, conclui Renato Simon.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]