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Matheus Borges disputa a bola contra Jamie Zarhi do Chile. | Matt Detrich/USA Today Sports
Matheus Borges disputa a bola contra Jamie Zarhi do Chile.| Foto: Matt Detrich/USA Today Sports

A análise fria de números mostra que, no hipismo, o Brasil repetiu em Toronto as três medalhas conquistadas em Guadalajara. Quem olha mais profundamente os resultados, entretanto, observa que eles são radicalmente diferentes. A equipe de CCE não ganhava a prata desde 1999. Um atleta desta disciplina não ia ao pódio desde 1995. Por outro lado, há 24 anos a equipe de saltos não ficava sem medalha.

O hipismo e suas três disciplinas são o reflexo perfeito do que foi o desempenho do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto: uma gangorra. Quem estava em baixo subiu. Quem estava em cima, desceu. A natação, com suas 26 medalhas (duas a mais do que nas últimas edições) é única exceção, exatamente aquela que comprova a regra.

Os exemplos que apontam para esse caminho são diversos. No atletismo, o País sempre foi dependente das provas de velocidade e meio-fundo. Em Toronto, ganhou apenas uma medalha, de bronze, obtendo seu pior resultado em 36 anos. Enquanto isso, nas provas de campo (lançamentos e arremessos), ganhou três medalhas. Em toda a história do Pan, havia conquistado apenas 10, sendo cinco antes de 1963 e três com uma mesma atleta.

As duas modalidades demonstram, internamente, com suas variadas disciplinas, o que foi a participação do Brasil como um todo. A análise micro é também macro. Ciclismo de pista, esgrima, badminton, canoagem, hóquei sobre a grama, pentatlo moderno, tiro, tênis de mesa, polo aquático, levantamento de peso e lutas (wrestling) tiveram, em Toronto, o melhor resultado da história.

Juntas, elas foram responsáveis pela conquista de 45 medalhas, sendo 11 de ouro, 15 de prata e 19 de bronze. Mais do que o dobro do que as 21 obtidas em Guadalajara, quase quatro vezes as três douradas de 2011.

Ao mesmo tempo que uma lista grande de modalidades teve o melhor resultado da história, outras tantas decepcionaram e amargaram o pior desempenho decente. E isso acontece justamente com aquelas que são consideradas os “carros-chefes” do esporte olímpico brasileiro.

Junto com natação (a exceção que confirma a regra), atletismo, boxe, ginástica, judô e vela foram as seis modalidades que mais ganharam medalhas em Guadalajara. Em 2011, somaram 65 medalhas, sendo 27 douradas. Agora, chegaram apenas a 11 medalhas de ouro e 42 no total.

Desse mesmo lado da gangorra, do que desce, estão triatlo (primeira vez sem medalhas na história), nado sincronizado (primeira vez sem medalhas desde 1999), remo (pior campanha desde 1967, com apenas uma prata), mountain bike e ciclismo de estrada (ambos sem medalha pelo segundo Pan seguido).

No basquete, vôlei, futebol, tênis, no vôlei de praia e nas maratonas aquáticas o Brasil não enviou seus melhores atletas, por motivos variados. Por isso, os resultados ruins nessas modalidades não entram na conta. Golfe e rúgbi feminino estreiam em Toronto. Os demais esportes não são olímpicos.

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